O ultramaratonista capixaba Carlos Gusmão foi o brasileiro melhor colocado na disputa da corrida mais difícil do planeta, a Badwater, realizada no deserto de Mojave, na Califórnia, Estados Unidos.
O atleta de Vila Velha estreou na competição e conseguiu completar o percurso de aproximadamente 217 quilômetros, enfrentando temperaturas superiores a 50ºC, em 38h11min09seg, em 33º lugar. Confira a classificação geral da prova.
O campeão da prova foi o português Carlos Sá, com um tempo de 24 horas, 38 minutos e 16 segundos. O corredor de 39 anos, também estreante na Badwater, já tinha batido este ano o recorde do mundo na ascensão ao Monte Aconcágua, na Argentina, o ponto mais alto da América e de todo o hemisfério sul, com 6962 metros de altitude, e sido 7º na Maratona das Areias.
Os outros dois brasileiros selecionados para a competição ficaram em 36º e 46º lugares respectivamente. Eduardo Calisto, do Rio de Janeiro, terminou a prova com 38h53min e Joilson Ferreira, de São Paulo, com 40h53min59seg.
Gusmão é o primeiro capixaba da história a representar o Espírito Santo na Badwater. Ao todo, mais de quatro mil atletas se inscrevem na competição todos os anos, no entanto, apenas 96 corredores foram selecionados e concluíram a prova nesta terça-feira (16).
O palco da disputa foi o deserto de Mojave. A corrida teve largada na segunda-feira (15) e durou mais de quarenta horas ininterruptas. O percurso começa no Vale da Morte, a 85 metros abaixo do nível do mar, e termina no Monte Whitney, localizado a mais de 2.5 mil metros acima. A temperatura sob o sol escaldante chegou a passar de 50 graus.
Orgulho do Espírito Santo
Desde a largada da prova, na segunda-feira (15), a competição mobilizou um grande grupo de corredores capixabas nas redes sociais. Em tempo real, os admiradores do ultramaratonista capixaba acompanhavam passo-a-passo os quilômetros percorridos por Carlos Gusmão. Mensagens de apoio e de carinho eram enviadas para o perfil no Facebook do corredor, que levou o nome do Espírito Santo para a prova mais difícil de corrida no mundo.
Não é para qualquer um!
Carlos Gusmão passou por um intenso processo seletivo para ser o primeiro capixaba a levar a bandeira do Espírito Santo para a disputa mais radical do planeta. Isso porque para carimbar o passaporte da Badwater O atleta precisa ter três pré-requisitos para entrar nesse seleto grupo de ultramaratonistas: ter participado pelo menos uma vez da Badwater, ou ter cumprido três ultramaratonas de 100 milhas ou ter participado da Ultramaratona Brasil 135 e completado a prova em menos de 48 horas.
Gusmão garantiu sua vaga após duas participações na Ultramaratona Brasil 135, todas completadas em menos de 48 anos. Na edição 2013 da prova, ficou em 4º lugar, inclusive.
Para enfrentar as condições climáticas, o treino severo de Carlos Gusmão começou meses antes da prova. Desde que foi aceito na prova, em fevereiro deste ano, ele intensificou o treinamento. Todos os dias o atleta corria mais de trinta quilômetros com uma roupa especial.
Os treinos de Carlos Gusmão incluíam subidas íngremes e descidas em terrenos irregulares. Nos finais de semana, o atleta chegou a percorrer cem quilômetros, só que em condições climáticas muito mais amenas do que as que ele encontrou no deserto.
Gusmão é um excelente atleta mas antes de tudo um excelente treinador! Essa marca é fantástica, um orgulho para os capixabas e para o Brasil.