Eles não passam despercebidos nas corridas. Nas largadas chamam a atenção pelos bigodes e estão sempre bem-humorados distribuindo abraços e posando para fotos. Os famosos “gêmeos corredores” capixabas, Deolindo e Amarílio Braga, de 63 anos, também fazem parte do time dos “Apaixonados pela Dez Milhas Garoto”.
Amarílio jogava futebol e, em 2011, quando abandonou as chuteiras, recebeu de presente do irmão Deolindo, que já corria há mais 20 anos, uma inscrição para a 21ª edição da Dez Milhas Garoto. Foi aí que nasceu não só a paixão pela maior corrida de rua do Espírito Santo, mas também pelo esporte.
“Quando eu parei de jogar futebol e estava sem fazer exercício físico, ele me convidou para correr pela primeira vez e a minha estreia foi na Dez Milhas Garoto. E eu corri essa prova com muita energia, muita adrenalina e muita emoção. Depois que eu fiz essa corrida eu não parei mais e nem vou parar. Eu adotei a corrida como uma “namorada”, que eu não abandono nunca. Sou sempre grato ao meu irmão por ter me feito esse convite e me apresentado à corrida”, conta Amarílio.
E foi na linha de chegada, em frente à fábrica da Chocolates Garoto, que nasceu um “ritual” que sempre emociona corredores e espectadores nas provas. Quando não conseguem completar o percurso juntos, o irmão que chegou primeiro volta para buscar o que ficou para trás. De mãos dadas, eles cruzam a linha de chegada e ajoelhados se abraçam e agradecem a Deus.
“Combinamos sempre de correr juntos, mas se tem alguma prova que um está melhor e o outro nem tanto, combinamos de um ir na frente para buscar a premiação na faixa etária. Depois, quem chega primeiro volta. O bonito é chegarmos juntos”, diz Deolindo.
Deolindo participa da Dez Milhas Garoto desde a 5ª edição e coleciona as camisas antigas da prova. Tem no currículo de corredor mais de 400 medalhas que ganhou em competições no Espírito Santo, em outros estados e até internacionalmente. Com a sua experiência, diz cheio de orgulho que tem o maior de prazer de ter em seu estado uma prova respeitada nacionalmente. “É uma corrida maravilhosa e muito respeitada entre os atletas de todo o país. O percurso, sem dúvida, é um dos mais bonitos do Brasil. Desejo vida longa à Dez Milhas Garoto, para que ela não deixe nunca de ser realizada, assim como a São Silvestre, em São Paulo”.
Os gêmeos contam que nem sempre conseguem driblar a rotina de trabalho para correrem juntos, mas os dois estão treinando quatro dias por semana para encarar a 26ª edição da Dez Milhas. “Como nem sempre estamos trabalhando perto um do outro, quando não dá pra se encontrar, cada um corre para um lado. O importante é treinar!”.
No final da nossa entrevista, cada um pediu para mandar um recado! Deolindo convoca os jovens a trocarem a criminalidade pela corrida. “Em vez de estar cometendo delitos, vem para o esporte! É a melhor coisa do mundo! Só a corrida vai te dar alegria, adrenalina e energia. O crime não vai dar nada disso”.
Já Amarílio faz um chamado para as pessoas que estão acima do peso. “Vocês que estão com obesidade, venham correr e transformar o seu corpo em uma hidrelétrica, que vai gerar energia para a sua vida e melhorar em todos os sentidos, inclusive no sexo!”.
Veja também mais um caso de “Apaixonados pela Dez Milhas Garoto”. Uma mulher de 70 anos, que corre há 33, participou de TODAS as 25 edições da maior corrida de rua do Espírito Santo. Ela tem muita história e muitos quilômetros para contar! Acesse e confira: Maria Otília, a corredora que participou de todas as edições da Dez Milhas Garoto!
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