Cerca 229 corredores do Espírito Santo estão entre os 30 mil inscritos na Corrida Internacional de São Silvestre, a maior corrida de rua da América Latina, disputada tradicionalmente no dia 31 de dezembro.
Os capixabas desembarcam em peso na capital paulista e compartilham nas redes sociais as fotos durante a entrega dos kits, que acontece no Ginásio do Ibirapuera desde o último domingo. Confira a expectativa de alguns deles para a prova!
“Depois de um ano de muito treino e dedicação, me dei de presente a oportunidade de participar da São Silvestre. Não será a prova mais longa, nem a mais difícil, tão pouco a mais técnica. Mas existe toda uma mística envolvida nessa prova que a tornam especial. É aquela prova que a gente acompanha desde criança, realizada na cidade que nasci, que vai reunir mais de 30 mil pessoas, das mais diferentes nacionalidades. Enfim, já que dizem que não pode faltar uma São Silvestre no currículo de um corredor, então chegou minha vez… Espero que os bons fluidos me tragam a energia positiva que preciso pra realizar minha primeira maratona, prevista para 2016”, Revan Berger.
“Corro há 3 anos e irei para a minha centésima corrida! Isto mesmo: 100! E nada melhor que completar a de número 100 na Corrida de São Silvestre, haja visto que é uma corrida de festa, apesar que muitos vão para competir, mas a grande maioria vai para encerrar o ano na corrida mais tradicional do país. São 91 edições… E este ano o número de participantes bateu recorde: 30 mil corredores de 37 países e de todos os estados brasileiros. Mesmo assim, há quem odeia e há aqueles que gostam. Irei para minha terceira edição na prova. Minha expectativa é só me divertir e alegria! Não me preocupo com o tempo… Quero só ter alegria de concluir a prova. Quando menino eu via pela TV. A prova era a noite e eu nunca imaginava que um dia iria participar… Aqui estou!”, Joel Barreiros.
“Comecei a correr em maio deste ano na Corrida de 5km do SindiJudiciário/ES. Fui tomando gosto pela corrida, participando de várias, as quais destaco a da Garoto, ASRD em Interlagos/SP e Volta da Pampulha em BH. Fechar o ano com a São Silvestre com certeza será uma experiência inesquecível. Desejo a todos os corredores capixabas um 2016 repleto de saúde e de muitas corridas!!”, Jean-Marc Boudou.
“Um sonho que será realizado. Estar no meio de mais de 30 mil pessoas compartilhando o mesmo sentimento que o meu não tem preço. Lágrimas irão rolar na chegada, assim como rolaram na Corrida Garoto, na Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro e na Pampulha. Não correrei pelo tempo…e sim por amor, melhor forma de terminar 2015”, Fernanda Batista.
“Minha expectativa é de realizar o sonho de correr a São Silvestre e encerrar em grande estilo o ano da reviravolta em minha vida! Sou ex-gorda, sou corredora de rua e sou muito mais feliz!”, Cida Moreira.
“Participar da São Silvestre representa superação para a minha vida.. Há um ano fui submetida a cirurgia bariátrica e a corrida foi o esporte que me acolheu nesta nova fase”. Rafaela Soares Souza.
“Encerro meu primeiro ano de corrida, vivenciando a São Silvestre. Amanhã não é para cumprir tempo, é hora de diversão!!!”, Vanessa Souza.
Último grande evento esportivo do ano no Brasil, a 91ª edição da São Silvestre terá a largada da elite feminina da prova às 8h40 desta quinta-feira (31), enquanto a elite masculina e os atletas em geral partem às 9 horas na tradicional corrida.
O Blog Corrida de Rua deseja a todos os corredores uma ótima São Silvestre. Divirtam-se!
Brasileiros querem acabar com jejum de vitórias
O Brasil tentará encerrar um longo jejum de vitórias na São Silvestre. Entre os homens, o último a vencer foi Marilson Gomes dos Santos, em 2010, enquanto a última ganhadora do País foi Lucélia Peres, em 2006.
Melhores brasileiros da edição passada da prova, Giovani dos Santos (quinto colocado em 2014) e Joziane Cardozo (oitava entre as mulheres) estão confirmados na corrida deste ano. Os etíopes Dawit Admasu e Ymer Ayalew, atuais detentores do título entre homens e mulheres, respectivamente, também estão entre os inscritos.
Outras presenças de destaque são os quenianos Stanley Biwott (campeão da Maratona de Nova York de 2015), Edwin Kipsang (ganhador da São Silvestre de 2012 e 2013) e Maurine Kipchumba (vencedora da São Silvestre de 2012).
Com 90 anos de história, São Silvestre já teve corrida na noite do réveillon
A Corrida Internacional de São Silvestre nasceu em São Paulo, em 1925, idealizada pelo jornalista Cásper Líbero. A inspiração veio de uma corrida noturna francesa de 1924, em que os competidores carregavam tochas de fogo durante o percurso. A prova, considerada a mais tradicional e importante do gênero na América Latina, vai ficando cada vez mais forte.
O nome da corrida é uma homenagem ao santo festejado pelos católicos no último dia do ano: São Silvestre, que foi papa e governou a Igreja Católica de 314 a 355.
Na primeira vez em que foi disputado, o evento contou com 60 inscritos, sendo que 48 compareceram e apenas 37 se classificaram. Na época, o trajeto era de oito quilômetros e a largada era dada em plena noite de Reveillón. Entre 1925, ano de sua criação, e 1944, foi disputada apenas por brasileiros. Nos dias de hoje, cerca de 30 mil pessoas de diversos países cumprem um percurso de 15 quilômetros, que agora acontece pela manhã.
A partir de 1945, com o fim da guerra, a São Silvestre passou a contar com a participação de estrangeiros convidados provenientes de outros países da América do Sul. Dois anos depois, os organizadores passaram a permitir corredores do mundo todo. Após a abertura da prova para a participação internacional, os maiores ganhadores entre os homens foram os quenianos, com 14 vitórias. Em seguida vem os brasileiros, que venceram 11 vezes, seguidos pela Bélgica e Colômbia, com seis campeões, cada um.
A mudança do horário de início da corrida, que passou a ser realizada durante o dia de 1988 em diante, aconteceu para cumprir as determinações da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Realizada em grande parte pelo centro da cidade, a São Silvestre já teve vários percursos e distâncias diferentes. A distância a ser percorrida foi definitivamente fixada em 15km em 1991, atendendo ao mínimo exigido pelas regras oficiais. Em 1989, a São Silvestre foi oficialmente reconhecida e incluída no calendário internacional da IAAF.
A largada para o percurso de oito quilômetros, em 1925, acontecia no Parque Trianon, com chegada na Ponte Pequena. Já este ano, a largada para o percurso de 15 km será na Avenida Paulista, altura da rua Frei Caneca, e a chegada será em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, no número 900 da Paulista.
Conheça o percurso atual da prova:
Desde 1975, a corrida passou a ser mista, quando a participação oficial das mulheres foi autorizada. A primeira campeã foi a alemã Christa Valensieck, que repetiu o feito também em 1976. As mulheres quenianas também somam o maior número de vitórias entre as corredoras, com 11 vitórias. Portugal conseguiu 7 vitórias, seguido pelo Brasil com cinco.
O maior vencedor e recordista da prova, até hoje, é o queniano Paul Tergat, com cinco vitórias. Entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota enfileirou seis vitórias consecutivas nos anos 1980 e é a maior vencedora. Tricampeão da São Silvestre e bicampeão da Maratona de Nova Iorque, o maratonista Marilson Gomes dos Santos, com 38 anos, continua sendo o maior campeão nacional e a principal aposta brasileira. No ano passado, Marilson terminou em quinto lugar.
Este ano, o etíope Dawit Admasu (foto abaixo), de 20 anos, voltará ao Brasil para buscar o bicampeonato da São Silvestre. O vencedor de 2014 retorna mais experiente e conhecendo melhor as características da corrida e do clima de São Paulo. Na temporada deste ano, o etíope foi quinto colocado na Meia Maratona Villa de Madri.
Já a atleta Ymer Ayalew, de 28 anos, também da Etiópia, virá atrás do terceiro título. Depois de vencer em 2008 e no ano passado (e em 2011 ser vice), ela foi a responsável pelo fim da hegemonia de seis anos das corredoras quenianas e chega como uma das grandes favoritas ao topo do pódio no dia 31. O fato de conhecer bem a prova é outro ponto positivo para a atleta. As informações são da Agência Brasil e as fotos do arquivo da Fundação Casper Líbero.