Para entrar no ritmo da folia, nada mais justo do que uma homenagem ao corredor Martonni Bomfim, que leva para as corridas do Espírito Santo, durante todo o ano, a mesma alegria do Carnaval.
O “Rei das Fantasias” é baiano e mora no Espírito Santo há sete anos. Mudou para a terrinha a trabalho e foi no asfalto capixaba que ele começou a correr para perder peso. “Estava com 20 quilos acima do meu peso e foi a opção que encontrei para emagrecer”, conta.
Ele chegou a participar de algumas provas à paisana, mas foi em 2012, na Corrida Pela Vida, em Vila Velha, que Martonni começou a incorporar os personagens e perceber que tinha o dom de transmitir alegria e arrancar sorrisos dos corredores.
“Minha primeira fantasia foi de ‘Fred Mercury Prateado’, personagem do Programa Pânico que fazia muito sucesso na época. Foi muito divertido e eu comecei a perceber o quanto era prazeroso, pois levava alegria para as pessoas. Eu sempre gostei de fazer as pessoas rirem, seja fazendo piada, entre os meus familiares ou no ambiente de trabalho”, revela.
De lá pra cá, foram mais de 20 fantasias, entre os personagens de destaque: Elvis Presley, Sílvio Santos, Papa Francisco, Minnie, Zorro, Super Mario e Penélope Charmosa.
“A MonaCrise (foto), fantasia que usei na Dez Milhas Garoto 2015, foi a de maior repercussão até hoje. Fez muito sucesso! Eu saí pedindo alguns trocados para os corredores e, olha, comprovei que estamos mesmo em crise! Só arrecadei R$ 1,10 em moedas. Quase não deu para pagar o pedágio na volta da corrida”!, brinca Martonni.
Quer fazer uma selfie com o “Rei da Fantasia”? Ele manda avisar que estará na Corre Folia, no dia 14 de fevereiro, na orla da Praia de Camburi. “Estou ansioso para usar a próxima fantasia! Ela terá um cunho de protesto”, antecipa.
Confira a entrevista com Martonni e veja as dicas para correr fantasiado!
O que te leva a correr fantasiado?
Bom, nos dois primeiros anos, eu usava fantasias aleatórias sem conexões com a prova ou com o momento social e político do país. Agora, de um tempo pra cá, passei a escolher as fantasias como forma de protesto, para defender alguma causa ou homenagear alguma entidade.
Como você faz a escolha do personagem?
Eu analiso a quilometragem da prova e penso na mensagem de alegria que quero passar. Na verdade, o processo de escolha funciona como uma terapia para mim. Quando me vesti de Papa Francisco, por exemplo, a escolha foi por dois motivos: era a mesma época em que ele havia assumido o comando da Igreja Católica e a largada da corrida era na Praça do Papa, em Vitória. Eu fiz todo o percurso da corrida ouvindo cantos franciscanos. Quando corri de Zorro, fiquei uma semana assistindo o filme. Ou seja, também tem algo de artístico envolvido.
Depois de correr, você publica as fotos nas redes sociais e dedica a algumas pessoas. O tema da fantasia tem algo a ver com os homenageados?
Eu já escolho a fantasia pensando no homenageado. Hoje as pessoas têm certa dificuldade de elogiar as outras, mesmo aquelas importantes que passam por nossas vidas. É por isso que eu faço questão de homenagear não apenas os meus familiares, mas os amigos mais próximos ou do trabalho. Antes a homenagem era dedicada a uma só pessoa. Hoje eu faço questão de citar também algum grupo ou entidade.
De todas as que você vestiu, qual personagem é o mais parecido com o Martonni?
Eu diria que a Maria Bethânia. Não só porque eu sou baiano e porque eu sei imitá-la. (Martonni imita e canta por telefone: “Quem me chamou… Quem vai querer voltar pro ninho… E redescobrir seu lugar”). Mas porque eu sou muito alegre e feliz e amo alegrar as pessoas. Eu tinha muita vontade de soltar a cabeleira e homenageá-la. Ali, era eu, o Martonni, só que com a peruca bizarra!
E na festa de Carnaval, você também brinca fantasiado?
Apesar de ser baiano, não sou chegado a carnaval (risos). Meu sambódromo, meu desfile da avenida, será na Dante Micheline, em Camburi, no dia 14, durante a Corre Folia. Estou preparando uma fantasia com cunho de protesto.
Qual a fantasia que você tem muita vontade de usar e que ainda não está pronta?
É essa próxima. Estou querendo fazê-la há muito tempo!
Quando você começou a correr? Já participou de quantas provas?
Acho que tenho 32 medalhas. Antes eu corria para valer, para bater meu recorde pessoal. Já cheguei a subir ao pódio na minha categoria. Hoje estou correndo mais devagar com o objetivo de levar alegria através das fantasias.
Quais as dicas que você dá aos corredores que pretendem correr fantasiados?
É preciso analisar a quilometragem da prova para escolher a roupa e os acessórios. Em provas longas, escolho fantasia mais leves e com cores claras. Quando a corrida é mais curta, de 5km ou 10km, uso as mais elaboradas. É importante ainda levar em consideração também todos os detalhes para não atrapalhar os movimentos. Se possível, faça testes antes em casa, uma simulação dos movimentos dos braços e pernas para verificar se algo pode causar um tropeço. Imagina, cair com a fantasia e se machucar? Por fim, que usem a fantasia em prol de alguma causa ou no intuito de alegrar alguém.
Inscrições da Corre Folia ainda estão abertas!
Quem quiser conferir a próxima fantasia de Martonni e se despedir da folia correndo, tem que se inscrever logo na Corre Folia, que acontece no domingo (14), na Praia de Camburi, em Vitória. São as últimas vagas! Para se inscrever, acesse. O valor da inscrição é de R$ 50.
Os corredores foliões vão percorrer 5km ou 10km de percurso. A largada será a partir das 7h45 no segundo bolsão de estacionamento da Praia de Camburi. Confira a galeria de fotos da 2ª Corre Folia e entre no clima!
2 Replies to “Cada corrida é um carnaval! Rei das Fantasias distribui alegria e irreverência nas provas do ES”