Nas comemorações pós-provas muito tem se visto uma forma de comemoração diferenciada: o consumo da cerveja nos pódios. Pois bem, isso não vem acontecendo agora. Há muitos anos é uma forma de comemoração e explosão após a exaustiva rotina e isso não ocorre apenas em maratonas ou corridas de rua. Muitos esportes já apresentam essa comemoração, como o pódio da Fórmula 1, regado de muita champanhe. Mas, quer a verdade? Não se engane! Essa comemoração raramente se estende para o dia a dia entre os atletas de ponta.
Acaba sendo uma imagem muito marcante, porém, na realidade o álcool não traz benefício algum para quem deseja manter uma boa rotina de treino.
Esse tipo de mistura é mais comum em corredores iniciantes e que ainda tem um hábito de fazer ingestão em grandes quantidades. À medida que aumenta a experiência na modalidade, o consumo de álcool acaba caindo naturalmente. O que acaba sendo muito mais saudável e com isso mostra grandes benefícios como sono tranquilo, perda de peso, queda de percentual de gordura e melhora nos resultados em geral.
O álcool interfere no nível de glicose no fígado e isso influi negativamente numa pessoa que vai participar de uma corrida. Isso porque, com essas taxas alteradas, o rendimento do corpo do atleta sofre uma queda, prejudicando no desempenho final. Outra coisa que acontece é a interferência na hidratação. Se a pessoa está num ciclo de treinamento e consome uma cerveja logo após o exercício, isso vai atrapalhar a hidratação, porque o álcool estimula a diurese, fazendo com que a pessoa perca água na urina. Nos treinos e provas, isso vai representar mais fadiga, enquanto no dia-a-dia o reflexo será dores e mal-estar.
Quando o treino/corrida termina, existe a necessidade de se ingerir uma boa quantidade de carboidrato. O álcool faz com que a pessoa consuma menos carboidrato, já que a mesma sente uma maior sensação de saciedade e isso pode atrapalhar a formação dos estoques de carboidrato nos músculos e no fígado.
O músculo tem que estar hidratado. Então, o sangue que vai abastecer esse músculo precisa estar fininho, basicamente com oxigênio e água. O álcool atrapalha isso. Se exagerar na bebida, é preciso aumentar a quantidade de água ingerida durante os treinos. Caso a pessoa costume beber 2 litros de água, é bom aumentar para 2,5 litros.
Exercícios de alta intensidade, como as maratonas, aumentam significativamente a incidência de inflamação e disfunções imunológicas e que algumas substâncias naturais com potentes propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, conhecidas como polifenóis, estão presentes em quantidades significativas nos componentes não alcoólicos da cerveja. Porém, cuidado com isso, se consumir grande quantidade de álcool após esforço físico como uma maratona, pode inclusive ser perigoso a mistura dos suplementos que consumiu durante a prova, causando outros efeitos e sobrecarga renal. O ideal é optar pela cerveja light ou até a sem álcool.
Nos vemos na pista!!
Bons treinos!
Bianca Passos
A seção “Dicas da Nutri que Corre” é publicada às terças-feiras. Bianca Passos é graduada pela Faculdade Salesiana e pós-graduada em Nutrição Clínica, Funcional e Estética pela Faculdade Salesiana. Participou das maratonas do Rio, do Espírito Santo, Uphill, Buenos Aires, Desafio do Pateta na Disney (21k e 42km), além de duas ultramaratonas – Desafio da Promessa e Desafio Vitória- Anchieta – com 65km.
Bianca Passos
Nutricionista Clínica, funcional e estética, Personal Diet
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