Distúrbios alimentares podem ser originados de hábitos alimentares que trazem danos para a saúde, como a redução extrema ou o consumo em excesso de alimentos. Comuns na fase da adolescência e no começo da adulta, esses distúrbios estão relacionados a uma série de consequências psicológicas, como ansiedade e pressões sociais em busca do chamado ‘corpo perfeito’.
Porém, o que tem me chamado a atenção é o crescimento desse problema em pessoas que tenham prática intensa de atividade física. Vigorexia, bulimia e anorexia são transtornos alimentares que estão se tornando cada vez mais frequentes em atletas de ponta ou atletas amadores que têm uma aparência, mas se enxergam de outra forma.
Dentro das academias é comum encontrar homens e mulheres preocupados com o peso, índice de gordura corporal, tamanho dos músculos e tomando os suplementos para aumento massa magra. Nesse ambiente, a vigorexia, ou seja, a ilusão de que o corpo tem músculos fracos, é predominante.
Já em provas de resistência, como a corrida, a rejeição do organismo à comida durante os treinos e provas pode ser confundida com anorexia ou bulimia. É comum que os atletas não consigam ingerir uma grande quantidade de alimentos no período pré ou pós-prova. Nestes momentos, eles estão focados na hidratação, mas esse sintoma não pode permanecer como um hábito. E o alimento deve ser ingerido assim que a atividade física termina.
Existe também uma falsa crença de que o fato de carregar pouco peso irá garantir uma melhora de tempo e desempenho. Normalmente, atletas se preocupam com três coisas: saúde, alimentação e desempenho. Porém, se o atleta não se sente bem consigo mesmo, ele elimina os dois primeiros itens e acaba tendo reações prejudiciais ao seu próprio corpo.
O que pode causar esse distúrbio:
- Culto excessivo ao corpo
- Maus hábitos alimentares
- Distorção da imagem corporal
- Autoestima baixa
- Sentimento de culpa
- Questões hormonais
- Distúrbios emocionais
- Busca eterna por melhorias em qualidade e resistência a treinos.
A compulsão é dos distúrbios alimentares mais comuns. Pode ser visto em pessoas que perdem o controle sobre o consumo de alimentos. Ao contrário da bulimia e anorexia nervosa, as pessoas com transtorno compulsivo, após os períodos de compulsão alimentar, não seguem comportamentos compensatórios (como exercício físico excessivo ou jejum).
No consultório hoje encontramos muito a lei da compensação: no domingo usou e abusou de alimentos calóricos e bebida alcoólica e na segunda vai treinar em jejum e ou consumo dieta de baixíssimas calorias para descompensar. Porém, não é bem assim que funciona… Você pode perder peso inicialmente, mas esse peso perdido será dos músculos e não da gordura. Seu corpo vai usar primeiro a energia presente nos seus músculos (glicogênio) antes de queimar gordura. Você se sentirá cansada, sem energia. Como ninguém consegue passar fome por muito tempo, você desistirá e em pouco tempo ganhará todo o peso perdido e mais um pouco, o temido efeito sanfona.
Ou questiona-se muito o famoso (e péssimo) dia do lixo! Não há necessidade de ter um dia específico para se encher de porcarias e gorduras. Todo ser humano gosta de consumir alimentos que nem sempre são saudáveis. Porém, faça com moderação e no dia seguinte retorne sua alimentação ideal, mantendo e respeitando alimentos, porções e horários. O caminho certo e ideal ainda é a boa e velha reeducação alimentar.
Cuide-se:
Vigorexia é uma obsessão pelo corpo musculoso, considerada um transtorno dismórfico corporal caracterizado pela alteração da autoimagem.
Indivíduos com Vigorexia ou Síndrome de Adonis estão constantemente insatisfeitos com o próprio corpo e por isso praticam atividade física em excesso, ficando dependentes do exercício físico e obcecados por músculos.
Essa obsessão faz com que a pessoa dedique muito tempo à atividade física, podendo inclusive resultar em quadros depressivos.
A Vigorexia tem causas de origem psicológica e genética. Geralmente as pessoas que sofrem desse transtorno têm dificuldade em se enquadrar nos padrões de beleza e procuram aceitação da sociedade através de um corpo exageradamente perfeito com músculos e ou alinhar-se no treino especifico que executa. Ou busca excessiva por melhorar no treinamento físico.
Veja os sintomas:
- Distorção da autoimagem;
- Dores musculares constantes;
- Lesões articulares e musculares;
- Uso de anabolizantes;
- Dietas hiperproteicas;
- Uso excessivo de suplementação
- Cansaço;
- Irritabilidade;
- Insatisfação;
- Depressão.
- Falta de satisfação em executar o rendimento de treino ou prova
O tratamento da Vigorexia é multidisciplinar, com nutricionista, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e ainda fisioterapeuta e ortopedista, no caso de haver lesões musculares ou articulares provocadas pelo excesso de treino. O tratamento tem como objetivo fazer com a pessoa aceite o seu corpo da maneira como ele é.
Nos vemos na pista!!
Bons treinos!
Bianca Passos
A seção “Dicas da Nutri que Corre” é publicada às terças-feiras. Bianca Passos é graduada pela Faculdade Salesiana e pós-graduada em Nutrição Clínica, Funcional e Estética pela Faculdade Salesiana. Participou das maratonas do Rio, do Espírito Santo, Uphill, Buenos Aires, Desafio do Pateta na Disney (21k e 42km), além de duas ultramaratonas – Desafio da Promessa e Desafio Vitória- Anchieta – com 65km.
Bianca Passos
Nutricionista Clínica, funcional e estética, Personal Diet
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