Entre todas as provas já completadas e as medalhas já conquistadas, a assistente social Danielle Merisio, de 44 anos, guarda em seu currículo a mais valiosa de todas: a corrida da VIDA.
Ela começou a correr em 2013 para desestressar e, no ano seguinte, já fez a primeira Dez Milhas Garoto. “Queria fazer alguma atividade física e comecei caminhando e fazendo circuito, mas via muita gente correndo e falei para mim mesma: ‘Tem gente gordinha igual a mim. Acho que vou conseguir’. Aí comecei e não parei mais. Viciei”, lembra.
Aí apareceu um obstáculo. Ela começou a sentir dores na perna direita nos treinos. Fazia fisioterapia e academia para fortalecer, ficava um tempo sem correr e a dor sumia. “Achei que eu estivesse machucada”, conta. Em janeiro de 2015, Dani perdeu o movimento da mão direita.
Foi aí que descobriu um meningioma, que é um tumor que tem origem nas membranas que envolvem e protegem o cérebro. “Era um tumor de 6 centímetros. Peguei exame na segunda-feira e na quinta eu já estava operando, pois era urgente. Fiquei seis dias em coma induzido, cinco dias na UTI, perdi a fala… tive que reaprender a andar. Ao todo, foram 21 dias de hospital”.
Camisas
Mesmo internada, ela não se esqueceu das corridas e deu um jeito de “incorporar” o clima das provas. “Levei todas as camisas que eu tinha de corrida para o hospital e colocava uma a cada manhã para andar no corredor do hospital. Aí eu perguntava ao fisioterapeuta se um dia eu iria correr de novo”.
Superação
Ao sair do hospital, foram oito meses fazendo fisioterapia, mas a força de vontade falou mais alto durante o processo de recuperação. Ela buscava estímulo para não perder o pique. “Comecei a caminhar de manhã para ir voltando. Aí eu ia aos treinos do grupo de corrida Nei Robson para conversar. Lá era uma família e eles foram fundamentais. Dois deram uma força muito grande”.
Vieram os primeiros trotes, para desespero do médico. “O médico ficava doido comigo e com medo de eu ter uma convulsão”.
Ela insistiu e, já em agosto de 2015, mostrou que é mais que uma vitoriosa. Correu a Dez Milhas Garoto. “Fui bem, só não fiz muito rápido a prova. O médico disse que iria ficar de plantão porque tinha ido correr”, lembra, aos risos.
Graças a Deus e ao acompanhamento médico, Dani nunca mais sentiu nada. Para controle, precisa tomar um anticonvulsivo.
Mãe
Mãe de Izabela Merisio, de 22 anos, ela afirma que a filhona é companheira de todas as horas, inclusive, nas corridas. “Ela começou a correr me fazendo companhia. Por sinal, já fez três provas da Garoto”.
No currículo de Dani, já são cinco Garotos, Desafio Vitória Anchieta e, ainda, é meia maratonista. “Quando comecei, minha meta era chegar aos 21km. Consegui”.
Parabéns, Dani Merisio. A medalha que conquistou da vida vale ouro. Que venham muitas outras corridas e conquistas. Você merece. O blog Corrida de Rua deseja a você e a todas as mamães um feliz Dia das Mães.