Tomar anti-inflamatório para aliviar a dor da corrida pode causar algum problema? Veja as dicas que a médica reumatologista Rebeka Paulo deu para o site de recreação e esportes @suacorrida.
Sentir dor durante ou depois de correr muitas vezes acaba desencorajando o atleta e prejudicando o seu desempenho. Alguns tomam analgésico ou anti-inflamatório para aliviar o incômodo. Só que tomar remédio sem investigar a causa é um perigo.
Além de correr o risco de apenas disfarçar, sem resolver a origem do incômodo, tomar remédio por conta própria pode levar a uma interação errada das substâncias com alimentos, bebidas e outras medicações. Isso pode potencializar ou anular a ação do remédio, quando não provocar efeitos adversos.
Anti-inflamatórios, mesmo de potência mais baixa, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, e lesões gástricas e renais quando usados de forma indiscriminada ou recorrente. Ou seja, em vez de benefício, você acaba causando prejuízo à saúde.
O paracetamol, por exemplo, pode ser fatal em superdosagens, mas muita gente o subestima. Em doses elevadas, ele pode provocar lesão no fígado e rins, além de hiploglicemia severa. A dipirona, outro analgésico bastante usado sem prescrição médica, pode causar náusea, vômito, dor abdominal e até insuficiência renal quando em doses excessivas.
O anti-inflamatório diminui o fluxo sanguíneo corporal e esse efeito, somado à desidratação durante a prática esportiva, sobrecarrega o rim.
Os riscos à saúde de tomar remédio durante provas são tão grandes que já houve casos fatais em eventos ligados ao uso de ibuprofeno por atletas. Quem toma analgésicos corre mais risco de aumento da pressão arterial e tem até 4 vezes mais chances de apresentar cólicas durante uma corrida,
As cápsulas de sal têm efeito similar de sobrecarga renal, pois também são suplementos compostos por sódio, potássio, magnésio, cloro e fósforo. Anti-inflamatórios também podem reduzir o efeito dos anti-hipertensivos.