Bonecos com rostos da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foram pendurados simulando uma cena de enforcamento nas proximidades do estádio Nilton Santos, momentos antes da partida entre Botafogo e Palmeiras, válida pela 17ª rodada do Brasileirão, nesta quarta-feira (17).
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A ação de torcedores botafoguenses foi feita em frente ao setor sul do estádio, que é destinado aos visitantes. A dirigente palmeirense e o clube alvinegro repudiaram o ato de imediato.
Os bonecos foram removidos pela Polícia Militar do Rio no começo da noite. Antes disso, imagens já circulavam com mensagens hostis a palmeirenses.
Entre outras falas, algumas diziam que torcedores do Palmeiras “não são bem-vindos no Rio”.
Veja vídeo com os bonecos “enforcados”:
NOTA DE REPÚDIO DO BOTAFOGO
O Botafogo publicou uma nota em que repudia a ação, a qual define como “ameaças e atos criminosos”. “Tão logo tomou conhecimento, a diretoria solicitou ao policiamento que agisse imediatamente”, diz um trecho do texto.
VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA:
“O Botafogo repudia veementemente as ameaças e atos criminosos manifestados contra a Presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Tão logo tomou conhecimento, a Diretoria solicitou ao policiamento que agisse imediatamente.
O Clube tem como pilar fundamental de suas relações o respeito por seus adversários e entende que o futebol não pode aceitar ou dar espaço para qualquer tipo de violência. Que os responsáveis sejam identificados e punidos pelas autoridades.
O Estádio Nilton Santos é um símbolo marcado pela promoção do esporte, do espetáculo e que preza pela harmonia entre os torcedores, motivo pelo qual o Botafogo reafirma a sua indignação com o episódio”.
LEILA NÃO VIAJOU PARA EVITAR DESGASTE
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também lamentou os atos. Ela não viajou ao Rio para assistir à partida, pois preferiu evitar um possível encontro com o dono da SAF do Botafogo, John Textor, com quem tem trocado acusações nos últimos meses.”
“A rivalidade deve sempre se restringir ao campo de jogo. Entendo que o esporte precisa de dirigentes responsáveis, que não fomentem a violência. Entendo que o foco precisa estar no campo. Afinal, a partida é entre Botafogo e Palmeiras, e os jogadores são os astros do espetáculo. Infelizmente, ao ver estas imagens assustadoras, concluo que a decisão de não comparecer ao estádio foi correta”, comentou Leila.
ENTENDA A BRIGA
Em novembro do ano passado, o Palmeiras bateu o Botafogo por 4 a 3, em uma virada histórica conduzida por Endrick e que levou o time paulista ao título do Brasileirão, após rodadas de liderança do clube carioca. Ao final da partida, Textor invadiu o campo e fez acusações contra à arbitragem e à CBF.
A partir de então, o americano começou a citar supostas manipulações de resultados que teriam beneficiado o Palmeiras em 2022 e 2023. O clube alviverde venceu o Brasileirão nos dois anos. As provas, contudo, demoraram a ser apresentadas, tanto à Polícia Civil, quanto ao STJD.
Os documentos tratavam-se de um relatório encomendado por Textor junto à empresa Good Game!. O STJD considerou que o material é “imprestável” para averiguar as manipulações apontadas. Além do Palmeiras, são citados São Paulo, Flamengo, Grêmio, Atlético-MG e Bahia, oito jogadores e nove árbitros.
Após falas públicas de Leila contra as acusações, inclusive chamando Textor de “idiota”, ele afirmou que a processaria por calúnia e difamação. Para isso, o empresário contratou Paul Tuchmann, ex-promotor responsável pelo julgamento do Fifagate, para liderar o caso nos Estados Unidos.
O confronto desta quarta-feira é o primeiro entre os clubes em 2024 e a primeira partida desde aquele 4 a 3, no fim do ano passado. Os dois times ainda se enfrentarão no segundo turno do Brasileirão e cruzam entre si nas oitavas de final da Libertadores, em agosto.
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