Rio –
O canadense Chaim Schalk fez um desabafo após a partida contra Evandro e Pedro Solberg, afirmando que nunca foi vaiado por outras torcidas como no Brasil. Na Arena de Vôlei de Praia de Copacabana as vaias têm sido uma arma usada sem dó contra os adversários das duplas locais. No caso dos cariocas Pedro e Evandro, que jogam no “quintal de casa”, isso se intensifica. Os brasileiros saíram em defesa da torcida ao falar com a imprensa após a derrota por 2 sets a 1, nesta terça-feira.
Pedro Solberg pareceu irritado com o “chororô” do canadense. “É meu irmão, azar o dele. Aqui é Brasil, a gente é futebol, a gente é coração, a gente apoia mesmo, vai contra. A gente é amigo até o final. Torce mesmo. Eu sou assim também na torcida, eu sou igual ao povo brasileiro”, disse.
Além de ter derrotado a dupla brasileira, Schalk ficou numa saia justa quando jogou a bola para a plateia e uma torcedora brasileira acabou se machucando ao tentar disputá-la com um torcedor do Canadá. A arena vaiou em peso. “Eu peço desculpas. Não esperava que isso acontecesse”, disse o jogador, constrangido.
Carioca de Madureira, Evandro também foi taxativo. “Terra de voleibol o que manda é a torcida de futebol. Isso é o Brasil. A torcida vai com a gente até o último ponto”, disse.
Um dos mais efusivos torcedores na arquibancada da arena era justamente o pai do jogador. Cosme Pereira, de 54 anos, passou toda a partida de pé, entre gritos de “Estoura, Evandro!” para incentivar o filho. Munido de uma bandeira do Flamengo todo tempo, ele confirma a tese de Evandro sobre a ligação do comportamento da torcida presente aos jogos do vôlei de praia na Olimpíada com o futebol.