
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal (PF), por estelionato e fraude em competição esportiva, em uma investigação que apura manipulação em jogos de futebol para benefício de apostadores.
O jogador é suspeito de ter forçado um cartão amarelo em uma partida contra o Santos válida pelo Brasileirão de 2023.
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Conversas no WhatsApp com irmão do atacante
A Polícia Federal analisou 3.989 conversas no WhatsApp de Bruno Henrique. Muitas delas estavam apagadas, o que indica, para a Polícia Federal, que o jogador deletou parte dos registros.
No celular do irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, que também foi apreendido, foram flagrados diálogos que mostram o envolvimento de Bruno Henrique. A informação foi publicada inicialmente pelo portal Metrópoles.
Atacante ligou para o irmão na véspera do jogo
Os investigadores separaram as 10 pessoas envolvidas no caso em dois grupos. Um com o próprio jogador, junto de seu irmão, cunhada e uma prima. E outro com mais seis apostadores, os quais são, segundo a PF, amigos de Wander.
A investigação também concluiu que o atacante do Flamengo ligou para o irmão na véspera da partida contra o Santos, para confirmar o recebimento do cartão.
Ainda conforme noticiou o Metrópoles, a Polícia Federal apurou quanto foi apostado e o retorno de cada um dos três integrantes do primeiro grupo de indiciados.
Wander Nunes Pinto Junior apostou R$ 380,86 e recebeu R$ 1.180,67. A cunhada de Bruno Henrique fez apostas em duas plataformas. Na primeira, jogou R$ 380,86 e teve um retorno de R$ 1.180,67, Na segunda, ela colocou e R$ 500,00 e recebeu R$ 1.425,00. Já a prima do jogador apostou R$ 380,86 e recebeu de volta a mesma quantia.
Investigação desde novembro de 2014
Em novembro de 2024, Bruno Henrique foi alvo da operação Spot-fixing. O atacante entrou na mira pelo cartão amarelo sofrido na derrota do Flamengo para o Santos por 2 a 1, no dia 1º de novembro, pelo Brasileirão de 2023.
Já nos acréscimos do jogo, Bruno Henrique cometeu uma falta em Soteldo, que segurava a bola no ataque. O árbitro Rafael Klein deu amarelo ao atacante.
A operação partiu de denúncias das próprias casas de apostas, que notaram atividades suspeitas. As notificações foram feitas à Associação Internacional de Integridade de Apostas (Ibia, na sigla em inglês), que monitora casos suspeitos ao redor do mundo e produz relatórios que auxiliam em investigações.
Além de buscas no Ninho do Urubu, também foram cumpridos mandados, na época, em outros endereços do Rio, Belo Horizonte, Vespiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG).
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que tem jurisdição somente no meio do esporte, arquivou o caso, por entender que o atacante não teria obtido vantagem.
Após o título do Flamengo na Copa do Brasil, Bruno Henrique finalmente falou sobre o caso.
“Recebi de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi. Mas eu acredito na justiça lá de cima. Eu estou tranquilo com relação a isso. Com meus advogados, meu empresário, as pessoas que estão nessa batalha comigo… eu só peço que a justiça seja feita”, disse o atacante, na época.
A defesa do atacante pediu o arquivamento da investigação e a devolução imediata dos bens apreendidos.