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Cancelamento de eventos do remo por ventania adia estreia de brasileiros no Rio

Rio

A ventania no Rio de Janeiro cancelou as provas do remo dos Jogos Olímpicos na manhã deste domingo na Lagoa Rodrigo de Freitas e adiou a estreia de duas duplas brasileiras na competição. No double skiff peso leve, entrariam na água pela primeira vez Fernanda Ferreira e Vanessa Cozzi pelo feminino, além de Xavier Vela Maggi e Willian Giaretton pelo masculino. No total seriam 24 baterias.

“Estamos preocupados com o clima nos próximos dias. É possível que até piore. Na segunda o vento pode ser até forte, terça também. Ainda há previsão de chuva”, disse o presidente da Federação Internacional de Remo, Mark Smith. No primeiro dia de competições, no sábado, vários competidores reclamaram da força do vento e da enorme ondulação no trajeto de 2 quilômetros da prova. Uma dupla de competidores sérvios chegou a cair na água.

Smith negou que a poluição da água seja um perigo à saúde dos atletas em caso de acidente. “É uma água potável”, afirmou. Alguns atletas reclamaram que desde sábado as condições do tempo impossibilitavam a prática do esporte. “Falei com vários remadores e há muito descontentamento. Estive perto de afundar. Isso é uma clara indicação de que não há condições para competir”, afirmou a australiana Kimberley Brennan, bicampeã mundial.

Pelo calendário inicial, o remo teria as provas eliminatórias e as repescagens até terça-feira, com a disputa por medalhas a partir de quarta, com encerramento no sábado pela manhã. A organização deve anunciar ainda nesta domingo como vai reorganização a agenda, com base em estudos da previsão do tempo para a semana. “Nunca competi em situações tão adversas. A água está muito agitada e dificulta bastante”, disse a checa Miroslava Knapkova.

VENTANIA – O Centro de Operações da Prefeitura do Rio previu ventos muito fortes na região metropolitana do Rio nas próximas horas. A ventania, que começou por volta das 10 horas, derrubou grades, divisórias, lixeiras e totens no Parque Olímpico da Barra, além de rasgar telas de proteção do Estádio Aquático. De acordo com a prefeitura, o vento atingiu 72 km/h em Santa Cruz, bairro na zona oeste a cerca de 20km do Parque Olímpico.

O vento que atingiu o Parque Olímpico assustou as milhares de pessoas que circulavam entre as arenas. Os torcedores correram para se proteger. Os voluntários orientavam o público a não se aproximar de totens, a fim de evitar que se machucassem caso as peças tombassem.

No Estádio Aquático, onde estão sendo disputadas as provas de natação, a tela de tecido rasgou na frente da arena de modo parcial e quase integralmente nos fundos da edificação. O problema não afetará o desenrolar das provas deste sábado. As telas têm uma função decorativa.

A esplanada entre as arenas ficou tomada pelos detritos que o vento espalhou após a derrubada das lixeiras. Guarda-sóis foram arrancados pela força do vento e danificados ao chocaram-se com o chão. A ventania arrancou ainda grades e divisórias de metal.

Na parte externa do Parque Olímpico, placas, lixeiras e até grades de metal foram derrubadas pelo vento. Voluntários e agentes de segurança deitaram as peças que ainda estavam de pé, para evitar que elas fossem derrubadas pela ventania e ferissem alguém. Não houve registro de feridos. O Comitê Rio-2016 ainda não avaliou os estragos.