Quando tinha 10 anos de idade, Eduardo Almeida viu alvos montados num espaço ao lado da pista de atletismo da Ufes, em Vitória, e ficou curioso. Seis anos depois, ele não só treina nos mesmos alvos como é, hoje, uma das revelações do tiro com arco do Brasil. O capixaba voltou de Ribeirão Preto (SP) na tarde desta sexta-feira e trouxe na bagagem a medalha de bronze dos Jogos da Juventude.
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Uma conquista especial. Afinal, foi a primeira vez que o tiro com arco fez parte do programa da maior competição escolar do País. E também porque ele vai fazer 17 anos no final deste ano, idade limite para participar dos Jogos.
“Até por ser o meu primeiro e último ano, eu queria muito o ouro. Eu fui pra lá com a pretensão do ouro, mas consegui o bronze. Tô feliz com o resultado”, contou Eduardo, que viu escapar a vaga na final por uma flecha: “Foi por pouco! Por uma flecha! No tiro com arco, quando há empate, a gente faz o ‘shoot-of’, que é a flecha da morte. É uma flecha pra cada e quem fizer a maior nota ganha. Ele fez 9, eu fiz 8! Foi por muito pouco”.
Curiosamente, a situação foi a mesma da que aconteceu no Brasileiro Sub-18, no mês passado. Na final, ele também viu o título escapar por uma flecha. E para o mesmo adversário, o carioca Emanuel Azevedo, que foi campeão no Brasileiro e repetiu a dose nos Jogos da Juventude.
Recorde pessoal
A pontuação máxima no tiro com arco é 720 pontos, o que significa dizer que o atirador acertou todas as flechas na área de maior pontuação, que vale 10 pontos. Em Ribeirão Preto, além da medalha de bronze, o capixaba Eduardo comemorou o seu recorde pessoal de pontuação.
“Eu fiz 646 pontos nos Jogos da Juventude, meu recorde pessoal! No Brasileiro, eu fiz 643 pontos. É uma pontuação muito boa. Fiquei bem feliz com meu desempenho”, contou Eduardo, que é aluno da EEEM Arnulpho Mattos, em Vitória.
E se é quase impossível ver algum atirador alcançar a pontuação máxima numa competição, o capixaba conta que é possível repetir uma outra situação vista em filmes com alguma frequência, principalmente em filmes do herói Robin Hood.
“Aquela cena famosa de acertar uma flecha na flecha que já está cravada no centro do alvo acontece de verdade! Eu mesmo já consegui”, revela o medalhista.
Primeira viagem internacional
O vice-campeonato no Brasileiro Sub-18 e, agora, a medalha de bronze nos Jogos da Juventude servem de preparação para um objetivo ainda maior para o capixaba este ano: sua primeira viagem internacional defendendo da seleção brasileira de base. Ele viaja no início de outubro para o Equador para competir no Sul-Americano.
“É minha primeira viagem internacional, tô muito animado! A gente tá no ápice e tenho certeza que vamos trazer medalhas. O melhor nível aqui na América do Sul é o do Brasil”, cravou o jovem atirador, que comemora a evolução em apenas seis anos de modalidade: “Com 10 anos, eu passei em frente à Ufes e vi o campo de treino lá. Gostei e fiquei. Hoje eu tô na seleção brasileira de base e vou fazer a minha primeira viagem internacional. Tô muito animado, muito feliz”.
Eduardo treina na Ufes com o pai, Edson do Nascimento Almeida, e o treinador José Carlos Salviato, o Biriba.
Referência com o número 1 do mundo
Popularmente chamado de arco e flecha, o tiro com arco brasileiro evolui a passos largos e ganha visibilidade principalmente com Marcus Vinícius D’Almeida, que conquistou nesta semana o título da Final da Copa do Mundo em Hermosillo, no México.
“Tá ficando sério! Tanto que agora já chamam de tiro com arco”, brinca Eduardo, que tem o número 1 do mundo como referência: “Ele é fera demais. Graças a ele, a situação do esporte tá mudando aqui também.”
No Sul-Americano no Equador, o atirador capixaba estará novamente com o carioca Emanuel e o mineiro André Forti, que foi prata nos Jogos da Juventude e bronze no Brasileiro Sub-18. Um trio que tem tudo para brilhar.
“Já faz uns dois anos que a gente fica se revezando nas primeiras posições. A gente tá bem, é uma equipe boa e, por isso, acredito que a gente vai conseguir ir muito bem lá no Equador”.
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