Cerca de 140 crianças participaram da segunda edição do Circuitinho do Aço, realizada no último sábado (15), na sede da ArcelorMittal Tubarão, na Serra. As crianças competiram divididas em categorias de acordo com faixas etárias de 05 a 10 anos. Os vencedores de cada categoria receberam medalhas e também brindes. Além da corrida, a criançada também se divertiu com atrações infantis e brincadeiras.
Todo o percurso da prova foi feito dentro da própria empresa. A distância percorrida variou conforme a idade: 60 metros para crianças com cinco e seis anos; 80 metros para sete e oito anos; 100 metros para nove anos e 120 metros para 10 anos.
O objetivo do Circuitinho do Aço Corrida é incentivar a prática esportiva, promover a melhoria da qualidade de vida das crianças e incentivar à prática esportiva por meio do atletismo.
O Bruno Carvalho, 09 anos, estava animado com a competição e mesmo com o cansaço e adrenalina da prova, gostou muito de participar. “Eu pratico outros esportes, mas foi a primeira vez que eu participei de corrida. Eu gostei muito, fiquei um pouco cansado, mas quando eu passei a linha de chegada eu fiquei muito feliz”, comentou.
Já Joelma Pereira, mãe do Iago Santos de 07 anos, trouxe o filho para participar da corrida pela segunda vez. “Esse ano eu inscrevi ele novamente para estimular o esporte e o exercício né, desde cedo. Eu gosto muito da iniciativa da corrida porque muitos pais não têm tempo de praticar exercício com os filhos e essa é mais uma oportunidade”.
Padrinho e exemplo
Neste ano, o evento teve como padrinho um dos maiores corredores da história do atletismo brasileiro: o medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima. Idolatrado não apenas por suas conquistas e glórias no atletismo brasileiro, Vanderlei mostrou também simpatia e humildade.
Antes do início das corridas do Circuitinho, o ex-maratonista ressaltou a importância do evento para as crianças. “”Muito feliz de ter sido convidado para ser padrinho da prova. Esse evento, direcionado para o público infantil, certamente vai impactar a vida de cada uma dessas crianças. A partir de hoje, essas crianças terão o espírito competitivo que estão dentro delas e vão querer praticar esportes cada vez mais. Nosso papel é incentivar”, afirmou Vanderlei.
Nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, Vanderlei se tornou um ícone do esporte mundial. Treinado e preparado para correr pela vitória na prova mais nobre da Olimpíada, ele viu uma oportunidade de abrir vantagem durante a disputa e, quando liderava isolado, houve o famoso episódio com o manifestante irlandês que o agarrou.
Restavam apenas sete quilômetros para a linha de chegada. O empurrão o tirou do eixo, mas Vanderlei não se entregou e voltou a correr. Ele manteve a liderança por aproximadamente mais dez minutos, acabou sendo ultrapassado por dois atletas, mas terminou a prova em terceiro lugar e conquistou a tão sonhada medalha olímpica. Sua nobre atitude garantiu outra medalha pelo Comitê Olímpico Internacional. Essa muito mais seleta, a Pierre de Coubertin, enaltecendo o seu grau de esportividade e espírito olímpico.
“O episódio de Atenas nunca tirou o meu sono. Sempre lidei com toda a situação de forma muito tranquila, não teve impacto nenhum no aspecto emocional. Independente de tudo, mantive o foco em estar de bem com a vida e não guardar nenhum tipo de frustração ou qualquer maldade. O meu principal objetivo era correr, buscar a conquista de uma medalha e eu consegui. Lembro com muita alegria de tudo”, relatou o medalhista olímpico.
Hoje, além de comandar o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima – que ajuda crianças e jovens através do atletismo, em Campinas – o ex-atleta ministra palestras onde fala da sua história de superação, uma verdadeira lição de vida.
“O atletismo vem não só potencializar o lado esportivo, mas também desenvolver importantes valores: motivação, inspiração, resiliência, comportamento, saber perder e saber conduzir uma vitória. E o esporte acaba sendo uma grande referência para muitas pessoas. Dentro do nosso país, os maiores ídolos que nós temos vem do meio esportivo. Me orgulho de fazer parte disso também. O grande legado do atleta não pode ficar simplesmente atrás de medalhas e troféus, e sim do exemplo que ele pode dar para sociedade. Ser atleta é muito mais que conquistar medalhas. É ser referência, ser exemplo para dentro da sociedade. ”