Esportes

Conheça Japinha, o artista do skate que é medalhista olímpico

Augusto Akio começou a se destacar no cenário nacional ainda na adolescência e exibe a sua arte com malabares durante as competições de skate

Foto: Luiza Moraes/COB
Augusto Akio, também conhecido como Japinha, conquistou medalha de bronze para o Brasil 

Augusto Akio, também conhecido como Japinha, é um dos principais nomes da ascendente geração do skate brasileiro. Aos 22 anos, ele chegou credenciado a subir ao pódio na Olimpíada de Paris-2024 depois de conquistar a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, e de ser o melhor brasileiro do ranking mundial no ciclo olímpico, em sexto lugar.

A expectativa foi concretizada com a conquista da medalha de bronze na capital francesa, nesta quarta-feira, na final do skate park.

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SKATISTA AJUDOU NA SOCIALIZAÇÃO

Natural de Curitiba, o paranaense começou a andar de skate aos sete anos. A paixão pela prancha de rodinhas cresceu e ele recebeu apoio da família para seguir na modalidade.

O pai do atleta, Altamiro Alves dos Santos, foi o responsável por levá-lo nas primeiras competições e viagens. Ele percebeu o quanto o esporte ajudava o garoto, então introvertido e com dificuldade de fazer amigos, a socializar.

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DESTAQUE AINDA ADOLESCENTE

Akio começou a se destacar no cenário nacional ainda na adolescência. Em 2019, conquistou o bronze no Mundial de Skate Vert, em Barcelona, na Espanha.

No Mundial de Park, em São Paulo, foi eliminado no qualificatório e ficou fora dos Jogos de Tóquio-2021.

A derrapada serviu de aprendizado para o atleta, que afirmou ter aprendido com os erros para crescer pessoal e profissionalmente.

ARTISTA DO SKATE

Depois do skate, a principal atividade de Akio é o malabares, arte praticada por ele há quatro anos. É comum ver o paranaense equilibrando pinos e bolinhas entre uma competição e outra.

Foto: Luiza Moraes/COB

Ele conheceu a prática quando ficou impossibilitado de andar de skate após machucar a coxa.

“Tudo começou em uma fase complicada. Estava disputando uma campeonato fora do País e acabei contundindo os adutores da coxa. Andava com dificuldade e mal sabia quando poderia voltar a andar de skate. A recuperação estava bem lenta e procurei me encontrar em alguma coisa. Foi quando me inspirei em um artista de rua”, comentou Japinha.

O que parecia uma brincadeira teve um “efeito terapêutico” para o skatista, que fez dos malabares, uma parte da sua rotina. “Os malabares já viraram parte de mim. Se saio de casa sem, é como se saísse sem skate”.

O respeito demonstrado por Japinha nos lugares onde chega é retribuído. Quando não tinha nem 20 anos, o paranaense conheceu alguns skatistas russos no campeonato Vert Attack, em Malmö, na Suécia, manteve contato com eles e foi convidado para ser treinador da seleção de skate vertical da Rússia. Mandou até currículo, mas desistiu da ideia, pois, para assumir o cargo, teria de passar por um longo processo para se naturalizar russo.

Apegado ao lado mais cru do skate, o curitibano teme que o crescimento do skate pós-Olimpíada transforme a prática em algo apenas voltado para a competição e resultados, ainda mais com atual absorção da modalidade pela World Skate, federação antes apenas dedicada a esportes sobre patins. Há divergências entre os skatistas e a instituição.

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“CHEGUEI POR MUITO ESFORÇO”

A conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 no skate Park coroou um período de sacrifícios que acompanhou a preparação de Augusto Akio em busca do objetivo do pódio na capital francesa.

Foto: Luiza Moraes/COB

“Eu cheguei por muito esforço. Estou aqui por todos que me deram oportunidade para fazer o que mais amo na vida e o que faço melhor”, afirmou Japinha.

Ao final, ele fez questão de fazer um agradecimento às pessoas que o ajudaram a viver esse momento tão especial.

“É agradecer a todos que, mesmo indiretamente, fizeram parte desta caminhada. Essa medalha também é para os organizadores de eventos que fizeram campeonatos de skate que eu participo desde criança. Eles me construíram como atleta”.