Perfilada no gramado do Stanford Stadium (Palo Alto, EUA), no dia 20 de junho de 1994, a Seleção Brasileira sabia que ali começava um de seus grandes desafios na história. Afinal, era dia de estreia na Copa do Mundo contra a Rússia, e o Brasil carregava a pressão de não conquistar um Mundial há 24 anos. Naquele dia, Romário e Raí marcaram os primeiros gols da Canarinho no torneio – e o resto é história.
A estreia da Seleção na campanha do tetracampeonato mundial completa 25 anos nesta quinta-feira (20). Um dos personagens do título nos Estados Unidos foi Mauro Silva, que jogou todas as partidas como titular já em sua estreia na Copa do Mundo. À reportagem da CBF, o volante recordou a sensação de derrubar o jejum que tanto incomodava a Canarinho.
“Era uma pressão imensa. Aqueles 24 anos pesavam muito! Demorou, mas quando vencemos e tiramos o peso de ganhar uma Copa das costas da Seleção Brasileira, fomos à final de 1998 e conquistamos 2002. Emocionalmente, era uma carga muito grande. Você vê que o desempenho posterior nas Copas foi muito mais leve, tranquilo. Não tinha aquele peso. Não foi fácil de administrar, não”, relembrou.
Um dos grandes destaques do Mundial, a dupla Mauro Silva e Dunga foi um dos pilares para o bom funcionamento da Seleção Brasileira. Com Ricardo Gomes e Ricardo Rocha cortados por lesão, Aldair e Márcio Santos jogaram juntos pela primeira vez na zaga. Por fim, tudo correu perfeitamente, mas havia uma preocupação com a defesa antes do início da Copa.
“Dunga foi a melhor dupla com quem joguei. Acho que ganhar uma Copa juntos, depois de 24 anos, consolida o trabalho. É importante a gente lembrar do discurso do Parreira antes da Copa. O Ricardo Rocha estreou na Copa, mas se machucou logo no primeiro jogo e saiu. Tivemos uma postura um pouco mais defensiva até porque, a partir do segundo jogo, atuamos na Copa com uma dupla de zaga inédita. E foram muito bem! Mas os titulares acabaram se contundindo. Isso também gerava uma preocupação inicial de que os volantes, no meu caso, estivessem mais próximos aos dois zagueiros”, completou.
A sensação de chegar ao topo do mundo ainda reverbera nas memórias de Mauro Silva. Para o volante, a perseverança do grupo foi essencial para a conquista do tetracampeonato, especialmente em meio às adversidades. Todos os jogadores repercutiam o mesmo sentimento: era o otimismo de que “a taça será nossa”.
“Sempre digo que na vida as pessoas que conquistam são as que trabalham, mas também as que acreditam. Essa Seleção tinha muita confiança, convicção das nossas possibilidades. A confiança faz com que você trabalhe todos os dias buscando aquele objetivo! Não é ‘eu acredito, vou sentar no sofá e esperar acontecer’. Sabíamos que a caminhada até colocar a mão na taça seria árdua, cheia de obstáculos e grandes seleções. Tínhamos muita fé nessa conquista”, celebrou Mauro Silva.
*Com informações da CBF