A homenagem que o Corinthians fez para o piloto Ayrton Senna – os jogadores usaram réplicas do capacete do ídolo antes do jogo – foi a inspiração para uma tranquila classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. Os 3 a 0 sobre o Nacional, na Arena Amazônia, mostraram a diferença técnica, tática e física entre as equipes. O que Senna fazia quando colocava quase uma volta em cima dos rivais. Agora, o Corinthians espera o vencedor do duelo entre América-MG e Bahia.
Toda a versatilidade que o Corinthians mostrou no início do jogo não pode ser explicada apenas pelo bom desempenho individual, como a inspiração de Jadson ou a disposição tática de Bruno Henrique e Petros. O Corinthians se preparou para ganhar o jogo. Treinou bastante a jogada aérea na véspera da partida e conseguiu seu primeiro gol exatamente como Mano Menezes havia ensaiado. Jadson cruzou e Cléber marcou sozinho logo aos seis minutos. Ponto para o treinador.
Outra virtude foi a marcação ativa e persistente, feita a partir da saída de bola do adversário. Isso foi fundamental para que o time ampliasse a vantagem 15 minutos depois: Bruno Henrique roubou a bola no meio, chutou firme e Guerrero aproveitou o rebote para fazer o gol. Ponto para Bruno Henrique.
Até então, o camisa nove só havia feito um gol em 2014: contra o Paulista, no dia 22 de janeiro, pelo Campeonato Paulista. Sim, é preciso descontar o longo período de recuperação de uma lesão no joelho direito. Mesmo assim, o time todo foi abraçá-lo pelo fim da uruca.
Esses dois diferenciais – a marcação adiantada e a boa variedade de jogadas ofensivas – resolveram o jogo em apenas 21 minutos. O Corinthians jogou como time grande, cravou sua bandeira na Arena Amazônia e tomou conta do território.
Mesmo que tentasse, o adversário não tinha armas para impedir essa invasão. O nervosismo e a insegurança multiplicaram as limitações técnicas de uma equipe frágil e assustada. Essas deficiências ficaram evidentes na parte defensiva – os zagueiros estavam mal posicionados no primeiro gol – e, principalmente, nas ações ofensivas. O passe até saía, mas era quase sempre torto.
As melhores chances do Nacional – foram duas – nasceram da insegurança da defesa corintiana. Cássio falhou em duas saídas de bola. Cruzamentos fáceis, que não dariam dor de cabeça a nenhum arqueiro. O lance mais flagrante foi o cruzamento de Léo Paraíba que Fabiano não alcançou.
Mesmo limitado e inferior, o Nacional poderia ter diminuído os espaços de Jadson e ter explorado as bolas longas para Jefferson apostar corrida contra o corintiano Fagner.
Começou a fazer isso na etapa final. A entrada de Carlinhos Bala – aquele mesmo – no lugar de Eder deixou o time mais organizado. Os laterais apareceram mais no ataque e, com isso, o cânion entre as duas equipes diminuiu e virou uma vala comum. Os manauaras igualaram o número de finalizações e fizeram Mano suar mais do que obrigavam os 27º C da capital amazonense.
Aos 17 minutos do segundo tempo, após um chute fraco de Romarinho, o goleiro Jairo falhou feio e deixou a bola entrar. Um frango. Quando mais se aproximava do seu primeiro tento, o Nacional morreu no jogo. Ainda acertou uma bola na trave com Felipe Capixaba, deu sustos em Cássio, mas mostrou que ainda é um time retardatário na Copa do Brasil.