A pancada que Erick Silva acertou na linha de cintura de Matt Brown no primeiro round da luta entre os dois no UFC: Brown x Silva, na madrugada do último domingo, fez mais estragos do que o próprio americano poderia imaginar. Sua estratégia após receber o golpe e sentir o seu efeito foi inusitada: deixar o rosto exposto para atrair o brasileiro e proteger a região atingida. Em entrevista ao site “MMA Fighting”, Brown garantiu que novos golpes na área atingida poderiam impedi-lo de continuar na disputa.
“Após o primeiro chute no fígado, eu quis evitar que ele me acertasse novamente ali, e deixei o meu rosto livre, para que isso o fizesse me acertar ali, e não mais no fígado. Fiquei feliz que ele tenha feito isso, pois me deu tempo para meu corpo se recuperar. Foi uma estratégia de risco, e tive menos de um segundo para pensar nela. Se eu fosse acertado novamente na linha de cintura a luta estaria praticamente acabada, então torci para que ele acertasse a minha cara ou qualquer outro lugar, menos ali. Me agarrei nas suas pernas e esperei que ele me golpeasse na cabeça. Felizmente ele tentou me finalizar antes de destruir o meu rosto”, disse o lutador.
Perguntado sobre qual dos três golpes no fígado o afetaram mais, Brown garantiu que foi o primeiro. “O primeiro foi o pior. Os outros doeram, claro, mas o primeiro me pegou quando eu ainda estava com o corpo frio, e é quando dói mais. Depois de me aquecer na luta, eu consegui absorver melhor os outros e continuar lutando. Mas senti dores na região até depois da luta. Caminhar para o vestiário e para a coletiva foi doloroso”, confessou.
O americano também elogiou a estratégia de defesa do brasileiro que, segundo ele, soube minimizar os danos dos golpes aplicados. “Eu estava batendo muito nele, mas Erick fez um bom trabalho defensivo, colando o queixo no peito. Muitos dos meus golpes acertaram a parte de cima da sua cabeça. Eu estava sentindo minhas mãos e cotovelos doerem. Quando bato da forma como bati nele, mesmo com luvas de 16 onças nos treinos, ou os adversários caem ou pedem para parar. Em vários momentos na luta contra Erick Silva eu não sabia se estava machucando-o ou não. Ele foi um grande guerreiro, e dou os parabéns a ele por isso”.
Projetando seu futuro, Brown acredita que está muito próximo de disputar o cinturão dos meio-médios contra o campeão, Johny Hendricks. “Nunca fiz uma luta chata, e hoje tenho a segunda maior sequência de vitórias entre os lutadores em atividade. Acho que só o que falta para eu lutar pelo cinturão é enfrentar um cara que esteja entre os dez ou cinco melhores da categoria. Me incomoda muito não estar confirmado como o próximo desafiante ao cinturão. Honestamente, não vejo qual o problema em me darem essa oportunidade agora”, finalizou Brown.