Dois jogos, duas vitórias e duas histórias completamente diferentes. Depois de uma estreia jogando bem e goleando a Bolívia por 5 a 1, em Belém (PA), a Seleção Brasileira teve dificuldades para derrotar o Peru por 1 a 0, no final da noite de terça-feira, em Lima. Foi a segunda partida sob o comando do técnico Fernando Diniz, que valorizou a conquista dos três pontos nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
Para ele, a pressa em resolver as jogadas e qualidade do gramado foram os principais fatores de dificuldade para o time canarinho.
“A gente tentou acelerar demais, não teve paciência para ir desmanchando a marcação aos poucos. Isso dificultou o nosso jogo também. Também teve o gramado, que não é o que os jogadores estão acostumados. Muito diferente da Europa e de Belém. Também acho que a gente acelerou muito no segundo tempo, muito por tentar verticalizar demais. Não quero tirar isso porque é característica do time. Acho que, muitas vezes, faltou saber abrir e desmontar a defesa. Tirando os erros de passe, acho que nós conseguimos nos impor e merecemos a vitória”, explicou o treinador.
O gol de Marquinhos, de cabeça, já no final do segundo tempo, fez o Brasil manter o 100% de aproveitamento nas Eliminatórias e seguir na liderança da competição após duas rodadas. Para Diniz, apesar do jogo abaixo do esperado, vencer, somar três pontos e conseguir triunfar fora de casa é positivo.
“A vitória é importante sempre. Se no jogo contra a Bolívia a gente errou, hoje (terça) foi praticamente perfeito. O Peru quase não conseguiu chutar no gol e isso é importante. Eu fico satisfeito com o que apresentamos na soma dos dois jogos. Era uma atmosfera diferente de Belém, no Pará. A equipe teve que fazer três gols para valer um”, avaliou Diniz.
Arbitragem “picotando” o jogo
O Brasil marcou três vezes em Lima e venceu por 1 a 0. Nas duas oportunidades em que balançou as redes na primeira etapa, com Raphinha e Richarlison, o lance foi anulado por impedimento. Em uma delas, na finalização de Richarlison, a análise do VAR demorou quase seis minutos para confirmar a anulação. Questionado sobre como viu a arbitragem do argentino Fernando Rapallini, Diniz foi direto.
“Não queria falar de arbitragem, mas já que você falou, não vou fugir da questão. É uma coisa recorrente no Brasil: o que mais me irrita é ficar picotando o jogo e o juiz ser conivente com isso. É ruim pra todo mundo. Pra quem assiste, pra quem quer jogar, pra quem paga o ingresso… É difícil ver árbitros falarem ‘levanta, vamos jogar'”, reclamou.
Para o técnico, o estilo de arbitragem prejudicou a Seleção em seu melhor momento na partida. “Quando ele parou o jogo, naquele momento, no primeiro tempo, era nosso melhor momento no jogo. Estávamos criando situações em série, o jogo deu uma esfriada. Em termos de conceito, que parece que a Fifa e a Uefa querem em um lance que é tão duvidoso, ele deve ser pró-ataque. Quando decidiram que o gol seria anulado, a atmosfera mudou totalmente: a torcida do Peru, que estava em baixa com a nossa imposição, voltou completamente para o jogo, e o jogo facilitou para o Peru. A arbitragem teve uma interferência no jogo que eu gostaria que não tivesse, principalmente sobre o tempo”, finalizou o treinador.