Dorival Júnior pediu, em boa parte dos 41 minutos de sua primeira entrevista como novo treinador da Seleção Brasileira, uma “mudança de postura”. Na primeira resposta, afirmou que “o atleta precisa entender que está vestindo uma camisa muito pesada”. Durante a coletiva de apresentação, realizada na tarde desta quinta-feira (11), sede da CBF, no Rio de Janeiro, o treinador também insistiu que “cada um assuma um pouco mais de suas responsabilidades”.
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Para o treinador, o mau momento da Seleção Brasileira, que é apenas a sexta colocada na tabela de classificação das Eliminatórias da Copa de 2026, não é reflexo apenas da falta de bom futebol. Ao contrário, ele aprovou a renovação que vinha sendo feita por Fernando Diniz e elogiou o trabalho de Tite, que ficou mais de seis anos à frente do Brasil. “O Tite fez um dos trabalhos mais bonitos dos últimos anos em relação a uma seleção. Infelizmente, os resultados acabaram não acontecendo nas duas últimas Copas”, considerou o técnico.
Na avaliação de Dorival, a Seleção precisa de uma mudança “emocional e postural”. Ele também quer mais protagonismo de todos que estejam envolvidos com a equipe nacional.
“De modo geral, e isso se repete em clubes e Seleção, acaba estourando nos treinadores, em comissões. O atleta não tem ideia do que ele representa, do quanto ele pode, das qualidades que ele possui, do diferencial que ele possa ter a partir do momento que ele esteja vestindo uma camisa como a nossa. Eu peço que cada um assuma um pouco mais as suas responsabilidades. Você dividindo, é natural que torne o fato muito menos pesado, porque você assume uma condição. Você vestindo essa camisa, você fatalmente vai ajudar nessa recuperação”, analisou o técnico.
Dorival deixou claro que vai cobrar essa responsabilidade dos jogadores.
“Não é a Seleção Brasileira de determinado treinador, é a Seleção do povo, é a nossa Seleção. Nós temos que sentir um pouco mais, nós temos que viver um pouco mais, nós temos que ajudar um pouco mais. É em momentos como este que a gente se questiona: ‘o que eu posso fazer?’. Nos momentos de vitória, as coisas acontecem de maneira natural, mas em momentos como este eu também tenho que me sentir como parte de um todo. Eu estou participando desta recuperação, eu vou ser responsável por uma conquista, eu vou ajudar. Todos nós precisamos de um pouco mais, de algo mais.”
A primeira convocação de Dorival Júnior acontecerá no início de março, e será para dois amistosos na Europa, diante de Espanha e Inglaterra. A segunda, porém, já será para uma competição oficial: a Copa América dos Estados Unidos, que acontecerá nos meses de junho e julho.
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