Ser jogador de futebol profissional sempre foi o sonho de Saimon Cardoso Matias, de 11 anos, de Cachoeiro de Itapemirim, e o destino tem lhe dado uma forcinha. Ele foi convidado, pela segunda vez, a fazer um teste na Escolinha do Flamengo, no Rio de Janeiro. O problema são as despesas com a viagem, como: passagem de ida e volta, alimentação e hospedagem.
Morador do bairro Alto Vila Rica, ele joga no time do Grêmio Santo Agostinho, próximo de sua casa. “Um olheiro do Flamengo o viu jogar e fez o convite para participar no teste no fim do mês passado. Como não tínhamos dinheiro para a viagem, ele não foi fazer o teste. E nesta semana ligaram convidando ele para fazer o teste no dia 25. Queremos que ele vá, mas os custos são altos e não temos condições”, comenta a mãe Francine Cardoso Lopes Matias.
Atuando como meia esquerda, Saimon joga bola desde o sete anos e segunda a mãe, ele sempre disse que iria ganhar dinheiro para ajudar a família. “Ele já fez um teste no Atlético-PR e foi aprovado. Por falta de recursos financeiros e muito longe de casa, ele não foi. Eu e meu esposo sempre conversamos muito com ele. Saimon entendeu a situação e sabe de nossas limitações”, continua a mãe.
Ao tomar conhecimento da história de Saimon, os integrantes da Embaixada Fla Cachoeiro decidiram ajudar. Eles estão fazendo uma ‘vaquinha’ para arrecadar dinheiro para arcar com as despesas de viagem do atleta. “As despesas ficam em torno de R$ 900, então estamos fazendo um ‘racha’ com o objetivo de arrecadar esse dinheiro. Ele precisa viajar no domingo às 12h, e vamos ajudá-lo”, explica o integrante da Embaixada e um dos organizadores da ação para levantar os recursos, Gláucio Fragoso.
‘É o sonho dos meus filhos’
Mãe de quatro filhos, sendo três meninos e uma menina, Francine disse o sonho deles é jogar profissionalmente. O mais novo dos três, Richarlyson, de sete anos, foi convidado para jogar na Escolinha dos Santos. “Estamos esperando resolver a situação de Saimon, para o Richarlyson ir para o Santos. O Maxwel tem nove anos e é volante do time do Grêmio. Esse é o sonho deles. Sempre falaram que iam ser jogadores”, comenta a mãe.
Os meninos são treinados pelos pais. “Eu jogo bola, não profissionalmente, mas jogo. Eu e meu esposo treinamos eles no campão do bairro, perto de nossa casa. Somos evangélicos e temos muita fé. Nossos filhos sabem de nossas limitações e nos compreendem. São meninos bons e que estão correndo atrás de seus sonhos. Meus filhos são compreensivos e entendem que seguir atrás do sonho nem sempre é fácil. Eu e meu marido somos muito orgulhosos deles”, completa Francine.