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Equipe de natação paralímpica viaja para brasileiro de olho nos recordes

Equipe de natação paralímpica viaja para brasileiro de olho nos recordes

Laís Amorim, Patrícia dos Santos, Sthephany Nobre, Nathália Torezani, Marcos Vinícius Barcellos (Marquinhos) e Valdir Alvarenja Junior (Tiozinho) formam a equipe de natação paralímpica da ACPD Esportes, núcleo da Prefeitura no Álvares Cabral. Eles viajam para São Paulo, nesta sexta-feira (04), onde vão disputar o campeonato brasileiro da modalidade, no sábado (05) e domingo (06).

Os capixabas embarcam para o Circuito Brasil Caixa Loterias Fase Nacional sob o comando do técnico Leonardo Miglinas e da auxiliar Poliana, com muita garra e expectativa na bagagem, afinal, Miglinas diz que esta é a melhor e equipe que embarca para um nacional nos últimos tempos. “Estão todos muito motivados. Vamos com seis atletas, estamos treinando todos os dias e essa é a melhor temporada da nossa história”, disse o técnico, que durante o inverno, está usando a piscina do Clube dos oficiais da Polícia Militar.

Estreantes e veteranos

A equipe é bem mista, composta por veteranos que já conquistaram muitas medalhas como Tiozinho e Marquinhos; a medalhista de prata dos Jogos Paralímpicos e atleta da seleção permanente, Patrícia dos Santos e estreantes cheias de sonhos, como Laís Amorim e Nathália Torezani.

Nathália, de 39 anos, começou no esporte em março e vai nadar os 50m livre. Desde sua primeira braçada, identificação e amor à natação. Um talento nato que viaja para São Paulo para disputar seu primeiro brasileiro. A nadadora ficou paraplégica em 2001, quando caiu de uma tirolesa.

“A natação foi uma forma de lidar com a morte da minha mãe. Eu me encontrei na natação. Aqui as coisas aconteceram depressa. Entrei na piscina por indicação e duas semanas depois estava nadando na piscina maior e em seguida, fui para o campeonato regional, onde conquistei duas medalhas, incluindo uma prova que nunca tinha treinado: os 100m livre”, contou.

Nathália revelou que está viajando com os pés no chão, cabeça tranquila e com foco em baixar seu tempo. Quando perguntada sobre o que a natação representa em sua vida, ela diz: ”Ainda não consigo mensurar os benefícios que a natação traz para mim. Estou apenas descobrindo. Hoje saio mais de casa, conheci pessoas maravilhosas que possuem a história de vida bem mais complicada que a minha. Elas dão um chega para lá nas adversidades nadando. É isso que estou fazendo: me descobrindo como atleta e me tornando uma pessoa melhor”.

As provas serão disputadas no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.

Saiba mais sobre a modalidade paralímpica

As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do tapper, por meio de um bastão com ponta de espuma quando estão se aproximando das bordas. A largada também pode ser feita na água, no caso de atletas de classes mais baixas, que não conseguem sair do bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e o tipo de deficiência. No Brasil, a modalidade é administrada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

No total, o Brasil já conquistou 102 medalhas na natação em Jogos Paralímpicos, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze. É a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil nas Paralimpíadas, atrás apenas do atletismo (142).

As classes sempre começam com a letra S (swimming). O atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).

O atleta é submetido à equipe de classificação, que procederá a análise de resíduos musculares por meio de testes de força muscular; mobilidade articular e testes motores (realizados dentro da água). Vale a regra de que, quanto maior a deficiência, menor o número da classe.

Classes e provas dos capixabas

Marquinhos: Classe S6 nada o 200 medley; SB5 0 100 peito.
Laís Amorim: S8 e nada os 50, 100 e 200 metros livre e o nado costas.
Patrícia dos Santos: Classe S4 e nada os 50, 100, 200 metros livre e peito.
Nathália Torezani: Classe S6, 50 metros livre
Tiozinho: Classe S3, 50, 100 e 200 metros livre; costas e borboleta
Sthephany Nobre: Classe S9 e nada 50, 100 livre; 100 costas e 100 peito.

Lívia Albernaz
Jornalista esportiva, 'Louca por Esportes', atualmente trabalha em assessoria de comunicação na área esportiva e colabora em outros veículos e meios esportivos.