São Paulo – Destaque da goleada da seleção brasileira por 4 a 0 sobre o Panamá, na última terça-feira, em Goiânia, Neymar esteve longe de repetir a boa atuação nesta sexta, na vitória por 1 a 0 sobre a Sérvia, em São Paulo. E o desempenho discreto do seu principal jogador foi reconhecida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, que defendeu o atacante do Barcelona e disse que os outros integrantes do time precisam ajudá-lo a encontrar espaços na defesa adversária.
“Sim (a seleção tem dificuldades quando Neymar não brilha), assim como acontece com Portugal, com Cristiano Ronaldo, e a Argentina, com o Messi. Igual a todo jogador que desequilibra e acaba sendo marcado por dois ou até três jogadores. Cabe aos outros jogadores acharem buracos e situações para a gente fazer os gols”, disse Felipão.
O treinador reconheceu que a seleção brasileira precisa encontrar alternativas e maior variação de jogadas quando enfrenta adversários fechados e lembrou que erros cometidos nessas situações podem ser mais perigosos, pois rendem contra-ataques ao outro time. A situação, inclusive, foi vivida nesta sexta-feira, quando a Sérvia teve algumas boas oportunidades para abrir o placar no primeiro tempo.
“Jogamos contra o Panamá com 12 atrás do meio-de-campo. Agora eram os dois atacantes sérvios de volante e, mesmo assim, criaram chances. Jogamos em 50 metros, 60, no máximo. É difícil sair, deslocar, receber. O trabalho que fiz ontem (no treino de quinta-feira) serve para esse tipo de jogo. Espaço muito pequeno dificulta, se não movimentar bem, leva o contra-ataque”, alertou.
Para Felipão, nesses momentos de dificuldade a seleção só não pode se afobar. “Temos que estudar bem, buscar alternativas, porque assim, se não levarmos gols, vamos vencer, porque sempre vamos ter oportunidades”, afirmou.
O técnico também admitiu ser impossível que os atacantes Hulk, Neymar e Fred exerçam a marcação sob pressão por 90 minutos nas partidas, mas acredita que a estratégia poderá ser mais bem exercida na Copa, após quase mais uma semana de treinamentos, com os jogadores melhores condicionados.
“Foi razoável no primeiro tempo, depois melhorou no segundo, até os 35 minutos, com a entrada do Jô e dos outros. Não é fácil encaixar essa marcação nos 90 minutos”, disse Felipão, esperando uma evolução no duelo com a Croácia, no dia 12, na abertura do Mundial. “Acho que, para a Croácia, estaremos em melhores condições físicas. Melhoramos até 15% em comparação com o Panamá. Estaremos em um ponto bom contra o Panamá”, prometeu.