Esportes

"Loucos pelo Flamengo": capixabas encaram 12 mil km de carro rumo à final da Libertadores no Equador

Para ver o time do coração, um grupo de amigos embarcou em uma aventura de uma semana pela América do Sul e antes mesmo do jogo, eles já colecionam muitas histórias

Foto: Reproducao/ Arquivo Pessoal

Wagner, Luthyara, Marcos Bruno e Alex Santana

O amor ultrapassa qualquer barreira quando se trata do time do coração. Ainda mais quando ele vai à terceira final, em quatro anos, da tão sonhada Copa Libertadores da América

Neste sábado (29), o Flamengo vai em busca da terceira taça do campeonato sul-americano contra o Athletico-PR. O jogo acontecerá no Estádio Monumental Isidro Romero Carbono, em Guayaquil, no Equador. 

Para acompanhar a partida de perto e vibrar junto com o time carioca, os capixabas Luthyara Leonel Boles Barbosa e Wagner Santos Crespim, embarcaram em uma aventura pela América do Sul.

O casal, que mora em Jardim Camburi, em Vitória, saiu do Espírito Santo rumo ao Equador com mais dois amigos: Marcos Bruno Vieira de Souza, que também é capixaba e mora em Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, e Alex Santana Leite, que é de Campo Mourão, no Paraná.

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Luthyara contou ao Folha Vitória que já planejava ir ao Equador através de uma excursão, já que ela e o marido são donos de uma agência de viagens e fazem excursões semanais para os jogos do Flamengo. No entanto, eles não conseguiram passageiros suficientes e resolveram pegar a estrada no próprio carro.

“Infelizmente é muito longe, nem todo mundo tem disponibilidade de passar 15 dias viajando, então ficou inviável. Com isso, acabamos decidindo as coisas faltando menos de um mês para o jogo, acertamos o carro, a documentação do carro, que tem que estar no nome do condutor. Eu sei que ele ficou pronto faltando um dia para viajar”, explicou a torcedora.

Paradas durante o trajeto

A primeira parada foi no Rio de Janeiro, onde o casal passou para pegar os amigos e companheiros de viagem. Na última quinta-feira (27), os torcedores chegaram ao Peru, mas por conta do trânsito, devido à uma obra no local, o grupo ficou muito tempo parado no percurso e foi preciso mudar os planos. 

Na manhã desta sexta-feira (28), eles chegaram na cidade de Lima, ainda no Peru. São 24 horas de viagem de Lima para Guayaquil, no Equador, e para conseguir chegar a tempo de assistir ao jogo, a única alternativa foi completar a viagem de avião. 

“Ficamos mais de 6 horas no siga e pare, sem conseguir andar nem 100 km. Tivemos que deixar o carro em Lima com um amigo, compramos uma passagem de avião e vamos para a fronteira do Equador. De lá, vamos pegar um ônibus até a fronteira de Guayaquil. Foi um sufoco para conseguir comprar a passagem, mas por fim, deu tudo certo, graças a Deus”, relatou a torcedora.

Assista os momentos registrados durante a viagem:

E para quem acha que a aventura para por aí, está muito enganado. O grupo chegará até a fronteira do Peru de avião e de lá eles ainda pegam um ônibus para seguir até Guayaquil, que é o destino final. “Não foi nada muito programado, foi na doideira, falamos “aqui é Flamengo e ‘vão bora'”, contou ela. 

Segundo a empresária, o grupo deve retornar para o Brasil no domingo (30) e chega a Vitória na próxima sexta ou sábado. “No total, são 15 mil quilômetros, se tivéssemos ido até Guayaquil. Mas como viemos até o Peru, diminui 3 mil quilômetros, então são 12 mil quilômetros até aqui, contando com a ida e a volta”, disse Luthyara.

Os “perrengues” durante a viagem

Durante os seis dias da viagem de ida, os amigos passaram por alguns “perrengues”. Luthyara contou que o carro aqueceu três vezes. Além disso, foi difícil também se adaptar ao clima e aos alimentos, já que os temperos são diferentes dos habituais.

“Foi um perrengue. Passar pelo Deserto do Atacama (Chile) também, porque o ar é muito seco, então arde o nariz, a altitude é grande, dá enjoo, falta de ar. Na Argentina, estava muito quente também, disse.

Veja um dos perrengues registrados pela torcedora:

“Tivemos quase um acidente também. Um caminhão fez uma ultrapassagem indevida e quase pegou a gente de frente, mas meu marido tem um reflexo muito rápido e jogou o carro para o lado. Fora isso, graças a Deus, foi tudo bem”, relatou.

O amor e as ‘loucuras” pelo Flamengo

Foto: Reproducao/ Arquivo Pessoal

O casal, que carrega na pele o amor pelo time rubro-negro, admite que essa, com certeza, é a maior loucura que eles já fizeram pelo Flamengo. 

Eu tenho uma tatuagem do Flamengo, da final da Libertadores de 2019. Meu marido, que estava lá presente, também tem uma tatuagem. Fora isso, trabalhamos com o Flamengo fazendo excursão. Toda semana estamos no Maracanã assistindo e vendo o Flamengo, mas acredito que essa seja a maior loucura que a gente já fez pelo Flamengo, com certeza“, disse.

Sobre a expectativa para o jogo deste sábado, eles esperam que o time entre em campo com disposição e, é claro, volte para o Brasil com mais uma taça.

“Eu espero que o Flamengo entre em campo pelo menos com a metade da disposição que a gente teve de vir de Vitória até o Peru para ver ele ser campeão. Que eles entrem em campo com metade dessa disposição e possam trazer a taça para casa, né?! É o mínimo”, disse Luthyara.

Paisagens no caminho 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Apesar dos “perrengues” e embora a viagem seja extremamente cansativa, a torcedora ressaltou as paisagens vistas pelo caminho e as experiências vividas nos países que passou até chegar ao destino final. 

O deserto do Atacama é uma coisa alucinante, acho que todo mundo deveria conhecer. É surreal, não tem imagem que expressa a beleza daquele lugar. As pessoas do Norte da Argentina são muito educadas, muito solícitas. No Chile também, eles têm um respeito no trânsito muito grande. É uma viagem incrível, quem puder vir para curtir essa paisagem, esse lugar, eu recomendo de olhos fechados, porque é muito lindo“.

*Texto da estagiária Gabriela Vasconcelos, sob supervisão da editora Thaiz Blunck.