A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) confirmou o acordo com a TV Globo para os direitos de transmissão de partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. O negócio é válido para jogos em que os times que compõem a Libra e estão na elite nacional são mandantes. O contrato é de exclusividade, terá duração de cinco anos e foi fechado por R$ 6 bilhões, que serão pagos durante a vigência do acordo.
O Corinthians não assinou com a Globo. Oficialmente, o clube ainda não deixou a Libra, mas há chance de negociar com o grupo antagônico, a Liga Forte União (LFU).
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A validade do contrato começa na próxima temporada, em 2025, quando o atual vínculo de transmissão do Brasileirão já estará terminado, e vai até 2029. Outros clubes que ainda não integram a liga e ingressem nesse período também estarão sujeitos ao acordo. Atualmente, a Libra tem oito times na Série A: Palmeiras, São Paulo, Flamengo, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Bahia e Vitória/BA. A exclusividade é válida para todas as mídias da Globo, o que inclui transmissões nas TVs aberta e fechada (SporTV e Première), no streaming (Globoplay) e pay-per-view.
Antes de fechar com a emissora do Rio, o grupo avaliou outras opções de mídia, mas optou por aquela que tem o melhor retorno financeiro. Além disso, há um entendimento de que a Globo é a empresa que mais conhece o futebol brasileiro em relação aos clubes e à audiência. A decisão foi tomada na última reunião do grupo, ainda em fevereiro.
“O modelo de distribuição de conteúdo do Campeonato Brasileiro vai evoluir e teremos novas plataformas participando desta arena, mas para isso fazer sentido estratégico e gerar mais valor financeiro, precisamos de passos anteriores como o alinhamento dos blocos comerciais, a aproximação para a formação da Liga com todos os clubes, uma visão de produto e o cuidado com inúmeros aspectos”, argumenta o CEO da Libra, Silvio Matos, que cita fair play financeiro, padronização da publicidade e calendário como elementos fundamentais na discussão entre clubes.
Os presidentes de Palmeiras e São Paulo, Leila Pereira e Julio Casares, respectivamente, que se encontraram na sede da FPF para uma reunião de conciliação nesta semana após a confusão no clássico no domingo, comemoraram juntos o acordo. Leila já havia “puxado” a decisão de fechar com a Globo.
“O Palmeiras sempre deixou claro que não venderá em hipótese alguma porcentual de qualquer direito (de transmissão dos jogos) para algum fundo. Então, dentre as propostas que nos foram apresentadas, o Palmeiras decide por prosseguir com a da TV Globo”, declarou Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
ACORDO BILIONÁRIO E DIVISÃO POR DESEMPENHO E AUDIÊNCIA
Anualmente, o grupo receberá cerca de R$ 1,3 bilhão pelos direitos de TV, tanto aberta quanto fechada. Há, ainda, um adicional oriundo do pay-per-view, no formato de participação direta dos clubes nas receitas. Caso mais clubes entrem na Libra, o valor pode ser alterado.
O mesmo vale para o caso de rebaixamento de clubes do grupo, neste caso, com redução do montante. O Santos integra a Libra e, se garantir o acesso à Série A do próximo ano, passa a ter as transmissões regidas por este contrato.
A arrecadação com os direitos de transmissão será distribuída entre os clubes a partir de regra aprovada em uma Assembleia Geral da entidade: 40% de modo igualitário, 30% por performance e 30% por audiência. Caberá ainda um repasse de 3% do valor total para os clubes do grupo que estiverem na Série B, como forma de estimular a competitividade.
Fundada oficialmente no primeiro semestre de 2022, a Libra é um dos grupos que reúnem clubes brasileiros e seus interesses. Ela negocia com a Mubadala Capital (de um Fundo de Abu Dhabi) para ter o investimento e é assessorada pelo BTG Pactual. Além dos times da Série A e do Santos, a Libra ainda conta com ABC, Brusque, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Paysandu, Ponte Preta e Sampaio Corrêa. São 19 equipes no total.
Do outro lado, a Liga Forte União (LFU) reúne Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO Botafogo, Goiás, Fortaleza, América-MG, Cuiabá, Criciúma e Juventude, na Série A; além de e Sport, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA e Operário. O grupo tem assessoria da XP Investimentos.