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Gramado do Mané Garrincha é principal preocupação do Brasil em estreia olímpica

Brasília

Ninguém na seleção brasileira fala abertamente, mas o gramado do estádio Mané Garrinha é a grande preocupação de jogadores e comissão técnica para a estreia na Olimpíada, nesta quinta-feira, contra a África do Sul. Nos últimos jogos realizados no estádio pelo Campeonato Brasileiro foi possível perceber falhas no campo, buracos e muita areia. Mas a organização garante que problema foi resolvido nas últimas semanas e o que o gramado está em boas condições.

A reportagem do Estado tentou acesso à área interna do Mané Garrincha na terça-feira, sem sucesso. Voluntários que deixavam o estádio diziam não ter visto o gramado, pois só puderam ficar nas áreas fechadas. A reportagem, então, falou por telefone como Roberto Correia, gerente do Comitê Rio-2016 para Brasília, que disse que o gramado está em “totais condições de uso”.

De acordo com Correia, o gramado passou nas últimas semanas por um processo de replantio de grama, aeração e corte. E que a deficiência que se pôde ser durante as partidas do Brasileiro fazia parte do processo de preparação do gramado.

“O gramado nos últimos jogos se mostrou bem deficiente, mas aquilo fazia parte do processo de preparação do gramado para chegar no dia 4 em totais condições de jogo. Eu posso afirmar que o gramado está maravilhoso, lindo”, disse o gerente. “Agora se começa a fazer os cortes mais refinados, e o gramado está em totais condições de uso.”

Na terça-feira, foi iniciado o processo de corte mais refinado da grama, depois do crescimento adequado. “E diariamente passa por uma manutenção de rotina como fungicidas, plantio, aeração, a rega é diária, mais de uma vez. Tivemos alguns reparos de locais pequenos de replantio, mas sem ter nenhum problema que afetasse o gramado.”

Roberto Correia informou que no domingo a Fifa fez inspeção no gramado e aprovou. Disse também que o “areião” que se viu, por exemplo no jogo em que o Flamengo derrotou o Atlético-MG por 2 a 0 em 10 de julho, estava dentro do previsto. “Aquilo é um corte vertical da grama, pra poder fazer o semeio, e depois outro procedimento que é (jogar) uma areia por cima e aí esperar a brota da grama. Naquela época a gente já estava visando os Jogos Olímpicos. Deixou a desejar no visual, mas o gramado está em condições de jogo. Não fica bonito na televisão, mas fazia parte.”

Os jogadores, porém, reclamaram muito do gramado na ocasião e a preocupação na seleção olímpica é real. “O gramado do Mané sempre foi um problema”, disse um integrante da equipe olímpica.

O Mané Garrincha foi reconstruído para a Copa do Mundo de 2014, ao custo estimado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF) em R$ 1,6 bilhão. Foi o mais caro estádio da Copa. Na Olimpíada, receberá 10 partidas dos torneios feminino e masculino, entre elas uma outra da seleção de Neymar – domingo, 7 de agosto, contra o Iraque.

Roberto Correia diz que não haverá problema e que a arena está pronta para a carga de partidas. “Nós estamos com 98% pronto, o final agora são pequenos detalhes. Se a gente tivesse jogo hoje (terça-feira), nós teríamos condições de fazer. De uma maneira geral, o estádio, apesar de muito grande, é altamente funcional. Todo a parte de infraestrutura, automação, manutenção, está tudo bem. O estádio está pronto.”