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Maestro que entrou de última hora, Zagallo foi uma das referências do Tri mundial

Atualmente com 88 anos, Zagallo mora em um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Um dos fatos mais controversos da história do Tri da Copa do Mundo de 1970 foi a demissão do técnico João Saldanha a poucos dias do início da preparação da seleção para o Mundial do México. Para seu lugar foi chamado Mario Jorge Lobo Zagallo, bicampeão em 1958 e 1962. Ninguém nunca saberá se aquela equipe voltaria do México com o título sob o comando de Saldanha, mas a história sabe que, com Zagallo, o Brasil teve um dos melhores times de todos os tempos.

Na opinião do “Velho Lobo”, a seleção precisava de mudança – principalmente dentro de campo. “Faltavam dois meses para iniciar a Copa de 1970, e eu reformulei tudo”, contou, em entrevista concedida à CBF TV em 2018.

“Quando eu assumi a seleção, o Saldanha jogava num 4-2-4. Eu disse: ‘isso aí, se nós jogarmos assim, não vamos chegar a lugar nenhum’. Peguei o Clodoaldo e o Rivellino, que eram reservas, e coloquei como titulares. Coloquei o Piazza para quarto zagueiro, ele era homem de meio-campo”, lembrou, citando ainda a mudança na lateral-esquerda, com Everaldo entrando na vaga de um lesionado Marco Antônio. A nova equipe, então, foi armada em um 4-3-3.

“Fiz a montagem com o time todo voltando nas três linhas normais, zagueiros, meio-campo e ataque, juntas, compactadas, para não dar oportunidade aos adversários de ataca”, explicou o ex-treinador. Segundo Zagallo, a inspiração foram as seleções de 1958 e 1962. “Mas não foi uma mudança fácil. Não pensem que aconteceu da noite para o dia.”

Atualmente com 88 anos, Zagallo mora em um apartamento na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. O ex-treinador está bem de saúde, mas, devido à pandemia, tem evitado entrevistas.