Apesar de nascer em 2013, o Manaus FC tem uma lista de feitos considerável para quem tem apenas seis anos: é o atual tricampeão amazonense e conseguiu o primeiro acesso em nível nacional, da quarta para a terceira divisão em 2019, depois de bater na trave em 2018. Além disso, conseguiu levar bons públicos à Arena da Amazônia, considerada um dos “elefantes brancos” da Copa do Mundo de 2014.
Em 2018, o Manaus chegou às quartas de final da Série D e escolheu jogar no acanhado estádio da Colina, que tem capacidade para 10 mil pessoas. Acabou perdendo nos pênaltis para o Imperatriz-MA. Neste ano, na mesma fase, levou o jogo para a Arena da Amazônia e, diante de 44.121 pessoas, venceu o Caxias-RS por 3 a 0 e conquistou o acesso. Na semifinal, contra a Jacuipense-BA, vitória por 1 a 0 diante de 15.586 pessoas, público menor que o da fase anterior, mas o segundo melhor do torneio.
Com a vitória sobre o time baiano, o Manaus se classificou para a final da Série D, contra o Brusque-SC, e decidirá em casa. A partida será no próximo domingo, mais uma vez na Arena da Amazônia. A venda de ingressos começa hoje. O jogo causou a mudança de local de um festival de música que já estava marcado desde maio para o kartódromo de Manaus. No primeiro duelo, neste domingo, empate por 2 a 2, em Santa Catarina.
“Decidimos disputar todos os mata-matas da Série D na Arena. O conforto, a localização e até a preferência dos jogadores pelo estádio nos fez tomar essa atitude”, afirmou o presidente do clube, Giovanni Silva, que relata não adotar preços distintos para os ingressos, seja o jogo na arena de Copa do Mundo ou no estádio da Colina.
Dessa forma, Silva acredita que o Manaus construiu uma boa relação com o público local. “Por ser um clube novo e por ter conseguido bons resultados pouco mais de seis anos de existência, o amazonense nos abraçou e conseguimos conquistar um público que já se considera e são considerados por nós como torcedores do clube. Com o nosso acesso, tenho certeza que o nosso povo vai apoiar ainda o Manaus e juntos temos real possibilidade de alçar voos maiores no cenário nacional”, projeta o dirigente.
O clube engrenou nesta temporada, principalmente, depois de contratar o técnico Wellington Fajardo, em fevereiro. “Eu assumi em um momento de crise, o clube não tinha se classificado na primeira fase do estadual. Como ficamos fora da decisão do turno, eu tive dez dias para trabalhar. Procuramos adaptar a forma de trabalhar com os atletas, introduzi a parte tática com alguns softwares, análise de desempenho. E conseguimos resultados muito positivos, temos mais de 70% de aproveitamento dos pontos, ficamos 21 jogos sem perder, fomos campeões do Amazonense e conseguimos o acesso”, relata.
No entanto, o próprio Fajardo indica o que precisa mudar no clube. “O Manaus tem de procurar montar um CT. A gente é muito dependente dos campos dos estádios aqui do Amazonas. A primeira coisa é ter estrutura. Existe uma boa concentração, uma boa alimentação, os pagamentos são em dia, mas precisa investir em um CT para entrar e sair a hora que quiser.”