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''Não somos o Taleban do estilo de jogo'', diz Del Bosque

Curitiba – O técnico Vicente del Bosque garantiu que a Espanha não se prende apenas ao estilo de jogo da posse de bola e troca de passes. Apesar dessas características terem sido as principais do sucesso espanhol desde 2008, o treinador afirmou que a sua equipe saberá se adaptar quando necessário.

“Não somos o Taleban do estilo de jogo”, disse Del Bosque ao diário espanhol Marca nesta segunda-feira, fazendo uma analogia com grupo fundamentalista islâmico do Afeganistão. “Futebol se joga bem de diversas maneiras, não há apenas uma forma. Nós não temos uma fórmula mágica, temos uma ideia a partir dos jogadores com que contamos. Não quer dizer que não há métodos que sejam igualmente bons e dão resultados. Posse de bola sem profundidade não tem sentido”, argumentou o treinador.

Apesar de considerar a seleção brasileira a maior favorita ao título, Del Bosque acredita que o maior peso estará em cima do país-sede. “Copa é um torneio muito grande para se colocar rótulos. É evidente que o Brasil joga em casa e é um timaço, mas estará submetido a uma pressão enorme, muito maior que na Copa das Confederações”, disse o técnico, que comandou a Espanha derrota pelos brasileiros na final da Copa das Confederações de 2013 por 3 a 0.

Campeão do mundo com a seleção espanhola em 2010, ele prefere não se pressionar com a obrigação de ser bicampeão. “Há uma grande quantidade de boas equipes. Alemanha chega perto de ganhar há anos, Argentina de Messi, Portugal do Cristiano Ronaldo, França, Itália. Até as seleções de quem se fala menos, como Chile, Uruguai, Inglaterra, Bélgica e as africanas. No Mundial há 32 times, mas parece que 31 fracassam. Não é assim”, analisou Del Bosque.

Ele alerta para os fracos desempenhos recentes de seleções que defendiam o título da Copa. “A França chegou em 2002 como grande favorita e voltou para casa sem fazer gol. O Brasil parecia intocável quatro anos depois e perdeu nas quartas de final. Na África do Sul, a Itália também caiu na primeira fase”, lembrou o técnico, que também venceu a Eurocopa de 2012 à frente da Espanha.