O capixaba Yuri Falcão ficou a uma vitória da classificação para a Olimpíada de Paris/2024 para o boxe nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em outubro do ano passado. A vaga escapou no Pan, mas o pugilista tem uma nova chance no Pré-Olímpico Mundial, que começa nesta quinta-feira (29) em Busto Arsizio, na Itália.
E, já na Itália, o capixaba garante: “Só vou parar de pensar na vaga quando eu conseguir”.
>> Quer receber mais notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Yuri Falcão, que luta na categoria até 63,5kg, começa a sua batalha pela vaga olímpica no domingo (3). Além dele, o Brasil tem outros três representantes buscando a classificação no torneio: Viviane Pereira (até 75kg), Luiz Oliveira “Bolinha” (até 57kg) e Wanderson de Oliveira “Shuga” (até 71kg).
Neto de Touro Moreno, ex-pugilista e lutador de “vale-tudo”, e sobrinho dos medalhistas olímpicos Esquiva e Yamaguchi Falcão, mas criado como irmão, Yuri busca trilhar sua jornada por conta própria nos ringues.
“Desde o berço a gente sabe o que quer, então, desde criança eu já ‘nasci com luva na mão’. Minhas maiores inspirações são os meus tios, que estavam perto de mim. Eu os via na televisão, viajando pelo mundo e achava muito legal.”, contou o atleta de 21 anos.
Ele relembrou de Londres/2012, quando os Esquiva e Yamaguchi foram ao pódio, quebrando um jejum de 44 anos sem medalhas no boxe brasileiro.
“A gente assistiu em casa, com a família reunida, colocamos até um telão. Parecia que era eu lutando, e nem no boxe eu estava”, brincou Yuri, que lembra de detalhes de um momento marcante: “Ver o meu tio Yamaguchi ganhar do Julio César La Cruz, um dos principais nomes de Cuba, foi incrível. Assim que eu soube que era isso que eu queria para mim”.
Ele contou que ainda mantém contato com a família, principalmente com Yamaguchi: “Eu converso com ele no dia a dia, sempre me manda dicas de como tem que treinar, como tem que agir. Eu escuto muito, além de assistir as lutas deles, então tanto Yamaguchi como Esquiva são sempre presentes”.
LEIA TAMBÉM: Motorista de aplicativo e sem lutar há 10 meses, Yamaguchi desafia celebridades
Equipe Olímpica Permanente
Medalhista de bronze no Pan de Santiago, Yuri ficou a uma vitória da classificação olímpica que estava em jogo no evento do ano passado. Ele chegou à seleção brasileira em 2022, após chamar a atenção de equipe técnica no Campeonato Brasileiro e no Grand Prix do Rio de Janeiro. Assim, Yuri começou a frequentar o Centro de Treinamento de Santo Amaro junto com os maiores nomes do boxe brasileiro atual.
“A convocação mudou tudo, a seleção é outro mundo. Agora faço muitas competições internacionais, com atletas já rodados no circuito, entre eles atletas olímpicos e medalhistas mundiais. Isso é muito bom para a gente, com a experiência conseguimos chegar nas competições futuras bem melhor”, analisou o boxeador.
“Deixar tudo em cima do ringue”
Serão dois Pré-Olímpicos Mundiais valendo vagas para atletas ainda não classificados para Paris/2024. A primeira oportunidade já será em Busto Arsizio. Depois, a última chance de ir aos Jogos Olímpicos será na Tailândia, em maio.
Yuri espera ser um dos classificados e se juntar aos outros nove pugilistas brasileiros que já carimbaram passaporte para a Olimpíada.
“Vou com tudo, com unhas e dentes. Vou deixar tudo em cima do ringue. Eu estou ainda mais preparado que estava em Santiago, então, pode ter certeza que vêm grandes resultados por aí”, garantiu Yuri Falcão.
Ele conta que, após ter chegado tão perto da vaga no Pan, não para de pensar na classificação olímpica um minuto sequer.
“Não consegui a classificação no Pan, infelizmente. Mas não tenho desejo maior que essa vaga no Pré-Olímpico. Durmo pensando nisso, acordo pensando nisso, treino pensando nisso, e só vou parar de pensar na vaga quando eu conseguir”, concluiu.