"Prefiro correr risco de desfiliação do que continuar com campeonato de mentira", diz presidente do Rio Branco
Além das polêmicas declarações do uruguaio Loco Abreu e pênalti duvidoso, árbitro relatou quebra-quebra em súmulada partida entre Real Noroeste e Rio Branco, em Águia Branca
O jogo da semifinal do Capixabão entre Real Noroeste e Rio Branco, foi cheio de confusões no estádio José Olímpio da Rocha, em Águia Branca. Além das declarações polêmicas do uruguaio Loco Abreu, a partida teve invasão de campo, agressões e até o uso de fogos de artifício disparados em direção ao gramado, tendo como alvo jogadores do time da casa. Tudo foi relatado na súmula da partida, escrita pelo árbitro José Wellington Bandeira, realizada no último sábado (13).
Na tarde desta segunda-feira (15), conforme anunciado no último domingo (14), o Rio Branco formalizou um pedido de impugnação da partida no Tribunal de Justiça Desportiva do Espírito Santo (TJD/ES) em que foi derrotado por 2 a 0, pedindo vitória por W.O. e não descarta entrar com ação na justiça comum com o objetivo de paralisar o Capixabão.
No início da noite, em coletiva realizada no Teatro Carmélia, em Vitória, o presidente Luciano Mendonça esteve ao lado do atacante Loco Abreu e do médico José Carlos Gomes para falar sobre os assuntos que envolvem a partida da semifinal em Águia Branca.
"Prefiro correr o risco de desfiliação do que continuar com campeonato de mentira", afirmou Luciano Mendonça.
Marcação de pênalti
No final da partida, já aos 49 minutos do segundo tempo, o juiz relata que uma falta foi marcada dentro da área em favor do Real Noroeste. Logo após, o árbitro afirma que foi surpreendido pelo protesto de jogadores do Rio Branco, que tentaram impedir o mesmo de tomar a decisão. Segundo o juiz, eles chegaram a ameaçar deixar a partida, caso a marcação fosse confirmada.
"Temos o vídeo mostrando que o auxiliar avisou ao árbitro que não foi pênalti", afirmou o presidente do Rio Branco, Luciano Mendonça, em coletiva realizada no início da noite desta segunda-feira (15).
Agressões
Na súmula, o árbitro relata que logo após encerrar a partida, já com 58 minutos do segundo tempo, jogadores e comissão técnica do Rio Branco o cercaram e precisaram ser contidos por policiais militares.
"Necessitaram utilizar-se de força para detê-los pois tentavam me agredir fisicamente também, sendo necessário, inclusive um policial militar sacar sua arma de fogo para afastá-los. Neste momento o portão de acesso ao campo foi quebrado por torcedores do Rio Branco A.C. e foram detidos pela polícia", escreveu o árbitro José Wellington Bandeira no documento.
Invasão
De acordo com o árbitro, houve invasão do presidente do Rio Branco, Luciano Mendonça, que estaria com o celular ligado e filmando toda a situação. Na súmula, há relato do que teria dito o mandatário do time capa-preta:
"Seu safado, ladrão, você está mal intencionado desde o início, você foi comprado. Prejudicou nosso trabalho de quatro meses com sua arbitragem de merda. Você é um lixo, ordinário, bandido. Jogou nosso trabalho no lixo. Essa Federação é um lixo. Futebol capixaba de m...".
Quebra-quebra
No vestiário, foi relatado um "quebra-quebra" em que um jogador se feriu com um corte no braço provocado pelos estilhaços dos vidros quebrados da porta. Antes, segundo o árbitro, a torcida do Rio Branco teria disparado fogos de artifício em direção ao gramado, quando os jogadores do Real Noroeste ainda estariam lá.
"Os jogadores do Real Noroeste começaram a agredir nossos jogadores e aí sim teve a exigência de usar a ambulância. O médico do Real Noroeste se negou a prestar atendimento, isso está documentado em vídeo. Eles (pessoas do Real Noroeste) assumiram o risco de matar pessoas. Nem em futebol de várzea isso acontece. Cortaram água e luz do vestiário, não tinha segurança, enfim, tem várias irregularidades. A súmula está mentindo", disse o presidente do Rio Branc na coletiva desta segunda-feira.