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Jovens faixas pretas do ES vão para a seleção brasileira de taekwondo

Isaac Akira, de 11 anos, e Gabriel de Souza, de 13, foram convocados para defender o Brasil no Pan-Americano em Querétaro, no México, no mês de julho

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Acervo pessoal

Aos 11 anos de idade, Isaac Akira Corrêa já é faixa preta de taekwondo. Uma situação que não é comum na modalidade, já que a maioria começa a lutar nesta faixa etária. No caso dele, o início foi com quatro anos de idade, graças à amizade que o pai dele, Diogo Corrêa, tem com o mestre Charlles Barbosa.

Na última semana, Isaac foi convocado para a seleção brasileira que vai competir no Pan-Americano Cadete e Juvenil em Querétaro, no México, em julho. Na mesma convocação está o capixaba Gabriel Oliveira de Souza, 13 anos, também faixa preta. Dois jovens com carreiras ainda no início, mas já com potencial para sonhos mais altos.

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"São raras as crianças que começam com quatro, cinco anos e continuam no esporte. O Isaac é um desses casos. Na verdade, a gente até deu uma 'segurada' nele, mas quando vimos que ele tem esse viés de competição, a gente seguiu todo um planejamento para ele ser graduado no tempo certo", conta Charlles Barbosa, mestre do jovem Isaac Akira Proux Bopp Corrêa na academia CT Charlles TKD, em Jacaraípe, em Serra.

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Foto: Acervo pessoal
O jovem lutador Isaac com a família

Começar cedo no esporte foi uma decisão dos pais, que buscavam uma atividade física para o menino.

"Ele foi para o taekwondo porque o mestre dele é muito amigo do meu esposo. E, na época, com quatro anos, ele não gostava muito de bola. Hoje, ele gosta. Tinha a academia perto de casa e a gente o colocou no taekwondo pra fazer um exercício físico. E foi aí que a gente viu que ele tinha um dom. É a paixão dele", conta a mãe, Verônica Proux Bopp de Souza.

A convocação para a seleção brasileira veio após brilhar no Grand Slam, uma das principais competições do calendário nacional. 

"Quando eu ganhei o Grand Slam e a vaga para a seleção brasileira, eu fiquei muito animado com essa conquista", conta Isaac, que tem como ídolos na modalidade o capixaba Pedro Arthur Alves, que saiu da mesma academia, o americano CJ Nickolas e o brasileiro Ícaro Miguel, campeão mundial em 2019:

"Meu sonho é ir para as Olimpíadas e ser campeão", crava o garoto Isaac.

Para competir no Pan, no entanto, a família precisa bancar todos os custos, num valor de cerca de R$ 20 mil, que incluem passagens, alimentação, hospedagem, inscrição, vistos e equipamentos. A saída encontrada foi criar uma vaquinha virtual, que permite que qualquer pessoa contribua com o sonho do lutador.

Gabriel sonha com o ouro

Foto: Acervo pessoal
Gabriel foi campeão no Grand Slam

Morador do bairro Operário, de Cariacica, Gabriel Oliveira de Souza ficou em primeiro lugar na categoria cadete no Grande Slam de Taekwondo, que aconteceu na última semana, no Rio de Janeiro. Com isso, foi convocado como titular na seleção brasileira que vai ao Pan-Americano no México.

"O Grand Slam é o evento mais almejado pelos atletas do taekwondo. Consegui conquistar meu objetivo, que era um dos meus sonhos, de representar o meu País internacionalmente. Com muita dedicação e treino, conquistei essa vitória e almejo a medalha de ouro no Pan-Americano", afirmou Gabriel, 13 anos.

Gabriel começou no taekwondo com cinco anos de idade, por incentivo do pai, o bombeiro hidráulico Helbert Leonardo de Souza, que mostrava vários vídeos do esporte. A partir disso, ele se interessou, e passou a frequentar a Estação Cidadania-Esporte, e começou a participar de campeonatos. Hoje, treina na Associação Cariaciquense de Esportes (Aces) com o mestre Fausto Feliz.

Assim como acontece com Isaac, a família do jovem faixa preta também precisa arcar com os custos da viagem para o México. Um sacrifício que vale a pena para manter vivo o sonho do filho.

"É uma alegria muito grande ter em casa um filho esforçado, dedicado, a vida dele é escola e taekwondo. Ele é muito focado e faz tudo que um atleta profissional de alto rendimento faz. Ele faz com amor, com alegria. Treina na academia, treina em casa. Como pai, é muito gratificante ter um filho maravilhoso como o Gabriel e, tão cedo, já conquistando os seus objetivos", elogia o pai do lutador, Helbert.

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