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De clubes a artistas, racismo contra Vini Jr. gera onda de solidariedade nas redes sociais

Entidades, clubes de futebol como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, e artistas como Gilberto Gil, publicaram mensagens de apoio ao jogador brasileiro

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução / Instagram

Após mais um episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vinícius Júnior, neste domingo, na Espanha, diversas personalidades políticas e artísticas declararam solidariedade ao atleta nas redes sociais. 

Entidades, clubes de futebol como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, e artistas como Gilberto Gil, publicaram mensagens de apoio ao jogador brasileiro.

O atacante brasileiro do Real Madrid e da seleção brasileira foi vítima de ataques racistas por parte dos torcedores do Valencia, em uma partida do Campeonato Espanhol, na Espanha. 

No estádio Mestalla, a torcida rival o chamava de "mono", termo espanhol que significa "macaco". O jogo foi paralisado pelo árbitro, mas foi retomado posteriormente. Vini Jr foi expulso nos acréscimos após acertar o braço no atacante Hugo Duro.

O jogador se pronunciou no Twitter: "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é comum na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito".

Com a repercussão do caso, um movimento de solidariedade surgiu nas redes sociais. O cantor Gilberto Gil publicou um texto em apoio ao jogador. "A história já registrou muito de tudo isso. Tá registrando agora de novo mais um fato ligado a esse lado terrível da humanidade", lamentou.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também reagiu ao caso de racismo sofrido pelo atleta: "Não há alegria onde há racismo. Você tem todo o nosso carinho e de todos os brasileiros, Vinicius Júnior". O jogador do Real Madrid foi um dos que estiveram com a seleção na Copa do Mundo do Catar, no ano passado, sob o comando de Tite.

Diversos clubes de futebol, como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Santos, entre outros, deixaram a rivalidade de lado e prestaram solidariedade ao jogador. 

"O futebol fica em segundo plano quando a violência toma conta. Estamos sempre com você. Milhões de rubro-negros, milhões de brasileiros, milhões de pessoas que se indignam quando alguém é vítima de violência", disse o Flamengo.

Vini Jr. cresceu com a camisa do Flamengo. Ele foi comprado pelo Real Madrid antes mesmo de completar 18 anos. Permaneceu no clube carioca antes de se apresentar na Espanha, depois de completar a maioridade.

POLÍTICOS TAMBÉM DEMONSTRARAM SOLIDARIEDADE AO JOGADOR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista em Hiroshima, no Japão, onde estava participando da reunião da cúpula do G-7, lamentou o episódio, afirmando: "Não é possível que, em pleno século XXI, tenhamos o preconceito racial ganhando força em diversos estádios na Europa."

A ministra do Esporte, Ana Moser, utilizou as redes sociais para prestar solidariedade ao jogador. "Basta! Vamos trabalhar com o governo espanhol para crimes de racismo sejam severamente punidos", escreveu a ministra.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se pronunciou no Twitter. "Independente de brilhar como Vini brilha, o racismo não dá sossego. Vamos trabalhar para superar todo o odioso racismo que jogadores brasileiros ainda sofrem dentro e fora dos campos e das quadras", escreveu.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio de Almeida, criticou a postura do presidente da LaLiga sobre o ocorrido e reforçou a necessidade e providências a serem tomadas. 

"Se um dos melhores jogadores do mundo é assim tratado, imaginem o que acontece com aqueles que não têm a mesma visibilidade", escreveu no Twitter.

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, lamentou o episódio de racismo e destacou que "estádio de futebol é espaço para jogadores e torcedores de todas as cores. Já o lugar de racista é outro!"