De clubes a artistas, racismo contra Vini Jr. gera onda de solidariedade nas redes sociais
Entidades, clubes de futebol como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, e artistas como Gilberto Gil, publicaram mensagens de apoio ao jogador brasileiro
Após mais um episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vinícius Júnior, neste domingo, na Espanha, diversas personalidades políticas e artísticas declararam solidariedade ao atleta nas redes sociais.
Entidades, clubes de futebol como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, e artistas como Gilberto Gil, publicaram mensagens de apoio ao jogador brasileiro.
O atacante brasileiro do Real Madrid e da seleção brasileira foi vítima de ataques racistas por parte dos torcedores do Valencia, em uma partida do Campeonato Espanhol, na Espanha.
No estádio Mestalla, a torcida rival o chamava de "mono", termo espanhol que significa "macaco". O jogo foi paralisado pelo árbitro, mas foi retomado posteriormente. Vini Jr foi expulso nos acréscimos após acertar o braço no atacante Hugo Duro.
O jogador se pronunciou no Twitter: "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é comum na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito".
Com a repercussão do caso, um movimento de solidariedade surgiu nas redes sociais. O cantor Gilberto Gil publicou um texto em apoio ao jogador. "A história já registrou muito de tudo isso. Tá registrando agora de novo mais um fato ligado a esse lado terrível da humanidade", lamentou.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também reagiu ao caso de racismo sofrido pelo atleta: "Não há alegria onde há racismo. Você tem todo o nosso carinho e de todos os brasileiros, Vinicius Júnior". O jogador do Real Madrid foi um dos que estiveram com a seleção na Copa do Mundo do Catar, no ano passado, sob o comando de Tite.
Diversos clubes de futebol, como Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Santos, entre outros, deixaram a rivalidade de lado e prestaram solidariedade ao jogador.
"O futebol fica em segundo plano quando a violência toma conta. Estamos sempre com você. Milhões de rubro-negros, milhões de brasileiros, milhões de pessoas que se indignam quando alguém é vítima de violência", disse o Flamengo.
Vini Jr. cresceu com a camisa do Flamengo. Ele foi comprado pelo Real Madrid antes mesmo de completar 18 anos. Permaneceu no clube carioca antes de se apresentar na Espanha, depois de completar a maioridade.
POLÍTICOS TAMBÉM DEMONSTRARAM SOLIDARIEDADE AO JOGADOR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista em Hiroshima, no Japão, onde estava participando da reunião da cúpula do G-7, lamentou o episódio, afirmando: "Não é possível que, em pleno século XXI, tenhamos o preconceito racial ganhando força em diversos estádios na Europa."
A ministra do Esporte, Ana Moser, utilizou as redes sociais para prestar solidariedade ao jogador. "Basta! Vamos trabalhar com o governo espanhol para crimes de racismo sejam severamente punidos", escreveu a ministra.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se pronunciou no Twitter. "Independente de brilhar como Vini brilha, o racismo não dá sossego. Vamos trabalhar para superar todo o odioso racismo que jogadores brasileiros ainda sofrem dentro e fora dos campos e das quadras", escreveu.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio de Almeida, criticou a postura do presidente da LaLiga sobre o ocorrido e reforçou a necessidade e providências a serem tomadas.
"Se um dos melhores jogadores do mundo é assim tratado, imaginem o que acontece com aqueles que não têm a mesma visibilidade", escreveu no Twitter.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, lamentou o episódio de racismo e destacou que "estádio de futebol é espaço para jogadores e torcedores de todas as cores. Já o lugar de racista é outro!"