Esportes

Brasil anuncia os porta-bandeiras na Olimpíada de Paris com surpresa

O COB anunciou o canoísta Isaquias Queiroz e Rachel Kochhann, capitã da seleção brasileira feminina de rúgbi sevens, como porta-bandeiras dos Brasil em Paris

Redação Folha Vitória
Foto: Gaspar Nóbrega e Renato do Val

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou o canoísta Isaquias Queiroz e Rachel Kochhann, capitã da seleção brasileira feminina de rúgbi sevens, como porta-bandeiras dos Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Surpresa do anúncio, Rachel, que se recuperou de um câncer recentemente, será a primeira atleta da sua modalidade a ter a honra de representar o País na solenidade.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Entre no nosso canal do Telegram!

De Ubaitaba ao Olimpo

Isaquias foi campeão olímpico nos Jogos de Tóquio no C1 1000m. Ele acumula também duas pratas e um bronze conquistados na Olimpíada do Rio, em 2016. Caso suba ao pódio em Paris, ele pode ultrapassar a marca de seis medalhas, alcançada por Robert Scheidt e Torben Grael, na vela.

Foto: COB

O baiano de 30 anos, que quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, fez das canoas dos pescadores de Ubaitaba instrumento para ganhar quatro medalhas olímpicas e popularizar a canoagem velocidade.

"Poder representar nosso País sendo porta-bandeira será muito especial, especialmente para mim, representando minha modalidade, que está botando suas garrinhas para fora. Tenho certeza que depois de Paris vão conhecer ainda mais a minha modalidade. Fico feliz de dividir esse momento espetacular com a Rachel. Vamos desfrutar muito desse momento", contou o canoísta.

Raquel personifica toda a garra das mulheres

A catarinense Rachel ficou praticamente dois anos afastada do rúgbi por causa da doença, que se manifestou ainda antes da disputa em Tóquio. Em 2021, ela observou um caroço na mama e chegou a se consultar com os médicos do Time Brasil durante a competição.

Foto: Gaspar Nobrega/COB

Apesar do resultado negativo, um biópsia realizada posteriormente detectou células cancerígenas que já estavam, inclusive, em metástase no osso do esterno. Ela passou por uma mastectomia bilateral, mas optou por não colocar próteses mamárias para não aumentar o tempo de recuperação e atrapalhar na preparação para Paris.

Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de um Time Brasil majoritariamente feminino, com 153 mulheres dentre os 276 classificados.

"Essa sensação de levar a bandeira para o mundo inteiro ver em uma Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. Trabalhamos muito no Brasil para que o rúgbi cresça e ganhe seu espaço. Sabemos que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível e representa uma grande conquista", celebra Rachel.

A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris acontece na sexta-feira (26), às 14h30 (horário de Brasília). O encerramento da Olimpíada ocorre em 11 de agosto.

LEIA TAMBEM: LeBron James será o porta-bandeira dos EUA nas Olimpíadas

Pontos moeda