Atleta olímpica lamenta falta de uniforme tamanho G em kit para Paris-2024
A atleta do lançamento de disco Izabela Rodrigues da Silva publicou um desabafo sobre os uniformes entregues aos competidores que representam o Brasil em Paris-2024
A atleta do lançamento de disco Izabela Rodrigues da Silva publicou um desabafo sobre os uniformes entregues pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e a Puma para os competidores que representam o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
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O que aconteceu
Ela contou que o seu enxoval foi reduzido em relação a outras atletas por falta de peças femininas de tamanho G. A entidade e a patrocinadora afirmam que já trabalham para resolver a situação.
Atual campeã pan-americana e finalista em Tóquio-2021, Izabela desabafou em stories publicados no seu Instagram após ter recebido roupas masculinas por falta da numeração adequada a ela. A justificativa que lhe foi dada é de que não haveria numerações maiores que M nos uniformes femininos — apesar de CBAt e Puma afirmarem, em nota, que desenvolvem produtos do PP ao 4GG.
"Estou bem chateada, porque pedi algumas peças masculinas e eles me deram todas. Já as femininas, não me deram nada. Recebi 19 peças, contando com a mochila e os bonés, e o feminino ganhou 30 peças. Sabe como isso é triste? Pegar seu uniforme para a competição e fazerem uma dessas, falando que não tem numeração? Um top vai até o M. Eu acho que não dá nem para rir de nervoso, de tanta tristeza. Só porque eu sou um pouco maior, e daí? Pede um pouco maior", reclamou Izabela.
Uso obrigatório dos uniformes
Conforme norma técnica da CBAt, a distribuição dos uniformes segue critérios estabelecidos pela própria confederação, levando em conta a duração da competição, nível de importância internacional, o clima no local e época da competição, dentre outros, compondo um "kit" específico para cada seleção.
A norma também torna o uso dos uniformes obrigatório e explica que o kit para competições é de responsabilidade da confederação, junto a um fornecedor esportivo. Há, ainda, trajes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para desfiles, pódios e passeio dos atletas na Vila Olímpica. Cada confederação tem a liberdade de fechar patrocínio com uma marca diferente - em Paris, por exemplo, o futebol feminino recebe uniformes da Nike, enquanto o Skate, da Adidas.
"Acho que é um descaso com os atletas. Isso deveria ser mudado. É decepcionante uma coisa dessas acontecer. Não é possível que a marca não consiga fazer um uniforme um pouco maior feminino, só consiga fazer masculino. Para mim, isso não tem sentido nenhum. É isso, vou competir com a roupa masculina, pedi alguns números masculinos mesmo, até porque me sinto mais confortável, mas top, as outras peças femininas não vieram para mim", lamentou Izabela.
Confederação e patrocinadora prometem solução
A patrocinadora da CBAt é a Puma. A parceria começou em 2022 e ia até 2024, mas foi estendida até 2032, prevendo já os Jogos de Los Angeles-2028 e Brisbane-2032. A fornecedora lançou os uniformes deste ano em abril. A campanha de lançamento contou com participação de atletas que sequer estarão em Paris-2024, como Neymar.
Em nota, após o desabafo de Izabela, CBAt e Puma dizem que já entraram em contato com a esportista para tentar resolver a situação. O texto também reitera que "cada prova de atletismo possui uma quantidade diferente de peças do uniforme que varia de acordo com a necessidade esportiva".
Izabela Rodrigues da Silva foi a primeira mulher brasileira a disputar uma final do lançamento de disco em uma edição dos Jogos Olímpicos. Neste ano, durante a etapa de Xangai da Diamond League, em abril, ela garantiu a vaga para Paris-2024. Em julho, ela bateu seu recorde, durante o Troféu Brasil, com um lançamento de 65,25m.