Capixabas Olímpicos

Judoca capixaba abandona sonho olímpico e vira treinador no Paraguai

Porta-bandeira do Líbano nas duas últimas Olimpíadas, Nacif Elias abandona o sonho de buscar uma medalha olímpica em Paris-2024 e treina judocas da seleção paraguaia

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Comitê Olímpico Libanês
O capixaba Nacif Elias como porta-bandeira da delegação do Líbano na abertura da Rio/2016

Nacif Sathler Elias Júnior é capixaba, já foi judoca da seleção brasileira, mas competiu em duas edições dos Jogos Olímpicos defendendo a bandeira do Líbano. Atualmente, a bandeira é outra e ele é um dos treinadores da seleção de judô do Paraguai.

Neto de libaneses, Nacif, 35 anos, aceitou um convite para se naturalizar libanês em 2013. Deu tão certo que ele foi o porta-bandeira do Líbano nas cerimônias de abertura das Olimpíadas do Rio/20216 e Tóquio/2021.

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A ideia era encarar mais um ciclo olímpico até Paris/2024, em busca da tão sonhada medalha. No entanto, a carreira tomou outro destino e o levou ao Paraguai, onde agora é treinador.

“Fui contratado pra ser técnico da seleção do Paraguai e acabei abandonando as chances de ir pra Olimpíada. Me chamaram para as competições, pra buscar a classificação, mas eu tenho três filhos pra criar e abandonei esse sonho olímpico. Eu tava numa fase boa, curado das lesões, mas tudo no tempo do Senhor”, contou Nacif.
Foto: Acervo pessoal
Nacif orienta judoca da seleção paraguaia

O capixaba já sentiu na pele, mais de uma vez, a dificuldade que a maioria dos atletas enfrentam para viver do esporte.

O judoca já recorreu, por exemplo, a “vaquinha” para juntar recursos financeiros para competir.

Com o passar dos anos, os objetivos vão mudando e o sonho de conquistar a medalha olímpica ficou de lado.

“É complicado, né? Foi uma vida no esporte. Eu queria mais um ciclo olímpico, mas não dá. Depois da pandemia, o Líbano cortou meu salário, eu tava só na raça, mas chega uma hora em que não dá mais.”

Além de ter uma carreira de sucesso no tatame, Nacif também tem uma rede social movimentada. Com opiniões fortes, não tem medo de expor suas ideias e mostrou isso, por exemplo, ao postar uma mensagem colocando em dúvida a veracidade do caso de estupro que levou à cadeia na Espanha o lateral-direito Daniel Alves.

CARREIRA NO MMA E LUTAS COM CELEBRIDADES

O apelido de “Fera Braba” vem da força e agressividade dos golpes no judô. Mas também já rendeu conquistas no jiu-jítsu. “Continuo treinando, vou lutar mais jiu-jítsu.” E não se assustem se o próximo passo do lutador for estrear no MMA. A estreia pode acontecer ainda este ano.

“Não parei de treinar, faço minha preparação física. Faço meu treino de judô, às vezes eu treino boxe. Então, tá em aberto essa possibilidade sim. Pretendo fazer a minha estreia no MMA, até porque eu já tô treinado. É só sair na porrada”, conta.

Outra possibilidade é lutar em eventos da moda, como os que reúnem lutadores e ex-lutadores profissionais contra celebridades das redes sociais. Nos moldes do Fight Music Show, que fez a badalada luta entre Popó e o ex-BBB Kléber Bambam.

“Eu tava vendo alguns eventos, mas recebi uma proposta muito boa pra lutar judô e o foco foi esse. Tô à disposição, mas o evento tem que pagar bem. Busco valorizar o meu trabalho. Ou eu luto lá fora ou luto aqui no Brasil num evento que remunere bem. Se o Fight Music Show me chamar, eu topo! Tô dentro pra lutar com quem eles quiserem!”.

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