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Textor pede teto salarial no Brasileirão e alerta: 'Se não, o Bahia vai comer nosso almoço'

Dono da SAF do Botafogo há pouco mais de dois anos, o empresário norte-americano John Textor acumula uma série de discursos polêmicos ao falar do futebol brasileiro. De acusações sobre esquemas de corrupção na arbitragem até desavenças pessoais com outros dirigentes de clubes. Desta vez, Textor demonstrou preocupação com outros investimentos do exterior no Brasil e defendeu teto salarial para as equipes do País.

"Se queremos paridade, deveríamos fazer um teto salarial. A NBA, a NFL fazem isso funcionar muito bem. É negociado com o sindicato de jogadores. Cuida não só dos grandes jogadores, mas estabelece um pagamento mínimo para jogadores que estão começando. Estabelece dinheiro para aposentadoria de jogadores", afirmou, em entrevista ao site GE.

O empresário disse ver um problema com a injeção de dinheiro por países como o Catar, que investe no Paris Saint-Germain (rival do Lyon, de Textor na França), e os Emirados Árabes Unidos, donos do Grupo City (CFG), que controla a SAF do Bahia no Brasil e é concorrente do Botafogo.

Textor cita diretamente os investimentos do CFG no Bahia e mostrou receio sobre o trabalho do grupo com o tricolor baiano. "Eu amo as pessoas no Manchester City, as pessoas que trabalham lá são incríveis. Mas o fato é que o Brasil trouxe dinheiro do petróleo para casa. Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai comer nosso almoço. Aquela cidade maravilhosa (Salvador), ótimo hotel, ótima comida, perfeita. Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos".

Por outro lado, o americano se diz contra o Fair Play Financeiro, como existe na Europa. Pelas regras, os clubes só podem gastar uma porcentagem em cima daquilo que geram de receita. Para John Textor, isso só manteria a distância entre clubes grandes e pequenos no Brasil.

"O Fair Play Financeiro no mundo é construído para manter os grandes times grandes, e os pequenos, pequenos. Pense nas regras. Você só pode investir 70% das suas receitas nos seus jogadores. Se você já é o Liverpool, ou o Flamengo, tem mais receitas que todo mundo. Se você colocar uma regra dessa aqui no Brasil, você sempre vai ter o Coritiba na parte de baixo da tabela. Essas regras são feitas para manter o status quo."