Esportes

Capixaba Patricia Pereira na elite mundial aos 47 anos

A paratleta conquistou duas medalhas de prata e uma de bronze no Mundial de Natação Paralímpica em Manchester, na Inglaterra

Vitor Simões

Redação Folha Vitória

Patricia Pereira mostrou, aos 47 anos, que a idade não é impedimento para ela conseguir se manter na elite do esporte paralímpico. A mineira de nascimento e capixaba de coração conquistou três medalhas no Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, disputado na cidade de Manchester, na Inglaterra.

Foto: Alessandra Cabral/CPB
Patricia Pereira no Mundial de Natação Paralímpica em Manchester, na Inglaterra

A paratleta conquistou duas medalhas de prata — nos 50m livre e no revezamento misto 4x50m livre — e uma de bronze, nos 150m medley SM4. Além disso, ela ficou em quarto lugar nos 50m peito SB3.

Em entrevista ao Folha Vitória, Patrícia contou que as conquistas tiveram um sabor especial.

"Fico muito feliz de estar em cada um dos mundiais e continuar disputando. O nível da competição é bem alto e ajuda a gente buscar nosso melhor e nos deixa preparado para os desafios que virão pela frente e espero continuar comparecendo nos Mundiais", afirmou.

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Patricia conta que tem se desafiado para se manter no topo diante de uma juventude com atletas de alto nível.

"Os desafios para superar justamente essa galera mais nova são grandes. Mas estou com uma ótima equipe e ótimo treinador e acredito que estamos trilhando o caminho certo. Eu comecei na natação aos 32 anos, com o intuito de me desafiar, e as adversidades vão surgir, então, tenho que buscar me aprimorar para enfrenta-los de igual para igual", declarou.

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Um dos próximos desafios que a paratleta terá é o Parapan Americano, que acontece entre os dias 17 e 26 de novembro, em Santiago, capital do Chile. Além disso, ela não esconde o desejo de estar em mais uma Paralimpíada no próximo ano, em Paris.

"Eu voltei do Mundial e estou me preparando em São Paulo e fazer melhor que em Tóquio. Isso é muito bom para conquistar uma medalha no individual", concluiu.

Ressurgimento

Embora hoje viva um momento de muito destaque, Patricia passou por momentos complicados na vida de atleta. Em 2019, nos Jogos Parapan Americanos de Lima, a paratleta foi pega no exame antidoping. 

Foram detectadas duas substâncias proibidas em uma amostra de urina da atleta: hidroclorotiazida e SARM LGD4033, sob as classes de diuréticos e agentes mascarantes e anabolizante, respectivamente.

A nadadora não pôde competir até 20 de agosto de 2020. Ela também perdeu a prata conquistada na classe S5 de 50m estilo livre do Parapan de Lima.

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"Foi uma fase um pouco conturbada na época, me abateu, mas estava com a consciência limpa sabendo que não fiz nada de errado, por uma contaminação involuntária", lembra.

Residente do Espírito Santo durante toda vida, apesar de ter nascido em Minas Gerais, Patricia agradece muito aos capixabas pelo apoio e disse que voltou a competir para dar uma resposta a todos que lhe deram forças no momento.

"Sou grata ao carinho de todos os capixabas, que me acolheram muito bem. Me fez orgulho de ser capixaba e brasileira e não me fez desistir. Eu já tive a ideia de parar, mas queria provar que ainda poderia continuar e me desafiando", contou a multicampeã, que é contemplada pelo programa Bolsa Atleta, da Sesport, e é só elogios ao nível técnico da natação paralímpica capixaba: "É muito bom saber que a nosso Estado está bem representado com a presença de outras atletas que se destacam representando o Espírito Santo".

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