Ana Patrícia e Duda recolocam vôlei de praia no topo olímpico
Ana Patrícia e Duda derrotaram as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson por 2 sets a 1, 28 anos depois do ouro olímpico de Jaqueline e Sandra
País com mais medalhas no vôlei de praia em Jogos Olímpicos, agora com 14, o Brasil voltou ao topo da modalidade. Na final do torneio feminino das Olimpíadas de Paris-2024, Ana Patrícia e Duda derrotaram as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson por 2 sets a 1 (26/24, 12/21 e 15/10) e conquistaram a medalha de ouro.
Trata-se do terceiro ouro do Time Brasil na capital francesa, todos conquistados por mulheres — os outros foram da judoca Bia Souza e da ginasta Rebeca Andrade.
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VÔLEI DE PRAIA NOVAMENTE NO TOPO
A conquista aos pés da Torre Eiffel recoloca o Brasil no topo da modalidade em Jogos Olímpicos.
Desde que o vôlei de praia virou esporte olímpico, em Atlanta-1996, o Brasil sempre foi ao pódio. A exceção foi em Tóquio-2021, quando não houve medalhas.
Nesta sexta-feira (9), Ana Patrícia e Duda coroaram trajetória perfeita com o ouro, de forma invicta. Foram apenas dois sets perdidos em sete partidas disputadas pela número que lidera o ranking mundial.
"É uma coisa surreal. A gente viveu, sonhou, lutou e conseguimos, depois de 28 anos. É inexplicável. A gente nunca mais vai esquecer desse momento", comemorou a sergipana Duda, 26 anos, lembrando que o único ouro olímpico feminino do vôlei de praia brasileiro foi de Jaqueline e Sandra, há 28 anos, em Atlanta-1996.
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Ana Patrícia e Duda se juntam, assim, a outras três duplas brasileiras campeãs olímpicas no vôlei de praia: Jaqueline/Sandra, Ricardo/Emanuel e Alison/Bruno Schmidt.
DUPLAS BRASILEIRAS CAMPEÃS OLÍMPICAS NO VÔLEI DE PRAIA
> Jaqueline/Sandra — Atlanta-1996
> Ricardo/Emanuel — Atenas-2004
> Alison/Bruno Schmidt — Rio-2016
> Ana Patrícia/Duda — Paris-2024
DESABAFO DE ANA PATRÍCIA
"Estou tentando processar ainda. Acho que a gente nunca se deslumbrou com esse fato de ser a número 1 do ranking e sempre acreditamos muito nesse trabalho. Depois de (Tóquio) recebi tanta mensagem de julgamento, de pessoas que queriam que eu desistisse. Agora, eu queria agradecer a muitas pessoas, a Deus, mas especialmente a mim mesma. Muita gente fala muita coisa. Mas, agora quando forem falar, falem também que a gente deu o sangue para sermos campeãs olímpicas", desabafou Ana Patrícia.
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CURRÍCULO DE VITÓRIAS
Juntas desde 2022, Duda e Ana Patrícia adicionam ao seus currículos o título mais importante da sua carreira. Já haviam sido campeãs mundiais em 2022 e vice no ano passado.
O ouro olímpico tem um sabor especial para Duda Lisboa, sergipana de Aracaju que começou bem pequena no vôlei de praia acompanhando a mãe, a ex-jogadora Cida Lisboa, e também para Ana Patrícia, mineira de Espinosa que jogou handebol e também vôlei de quadra, mas se encontrou, mesmo, nas areias.
Ana Patrícia e Duda fizeram campanha irretocável, com sete vitórias em sete partidas e apenas dois sets perdidos. Passaram da fase de grupos com sobras e eliminando japonesas, letãs, australianas e canadenses.
Na decisão, começaram mal e viram as canadenses abrirem seis pontos (8 a 2) no início. No entanto, conseguiram uma reviravolta empolgante nas areias de Paris e fecharam o set em 26 a 24.
O foco que sobrou no primeiro set às brasileiras faltou no segundo. As canadenses desgarram no placar com saque forte e defesa segura, explorando erros de Ana Patrícia e Duda até ganhar com vantagem considerável, fechando em 21 a 12.
No tie-break, porém, Ana Patrícia e Duda recuperaram a energia e a concentração. Voltaram a encaixar seu jogo e lideraram toda a parcial, sem deixar as oponentes encostarem. Até que aconteceu um bate-boca na parte final do set, quando o Brasil ganhava por 11 a 8. Porém, a discussão não tirou a concentração da dupla, que teve a vitória confirmada por 15 a 10 e garantiu o terceiro ouro para o Brasil em Paris.
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