Bia Souza vê série entre as lutas e ganha mais de 1 milhão de seguidores
Bia Souza assiste aos episódios da série Grey's Anatomy entre uma luta e outra e se espanta com o número de seguidores que ganhou ao conquistar o ouro em Paris
Quando acordou às 6 horas para fazer sua última preparação antes de iniciar sua participação na Olimpíada de Paris-2024, Beatriz Souza tinha 13 mil seguidores em seu perfil no Instagram. O ouro que a judoca ganhou na categoria acima de 78kg nos Jogos, no início da tarde desta sexta-feira (2), fez a campeã olímpica superar 1 milhão de seguidores na rede social.
"Gente, o que é isso?", espantou-se a primeira atleta campeã olímpica do Brasil na capital francesa.
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Bia Souza deu uma entrevista sincera, divertida e emocionante depois de derrotar a israelense número dois do ranking mundial, Raz Hershko, e, enfim, fazer o hino do Brasil tocar na França.
"É inexplicável. Aquela transformação de sair da luta e ver que sou campeã olímpica é muito emocionante, muita emoção para administrar", contou Bia Souza.
A frieza foi determinante para a jornada gloriosa de Bia em Paris. Concentrada, ela ignorou os milhares de franceses nas arquibancadas da Arena Champs de Mars quando enfrentou e ganhou por ippon da anfitriã Romane Dicko, número 1 do mundo, na semifinal.
Depois, já com a medalha no pescoço, explicou a sua tática para não sentir a pressão da torcida.
"Eu tenho audição seletiva. Consigo me concentrar totalmente na luta, no meu momento. Estou focada em mim, consigo fazer o que tenho que fazer. Foco na parte técnica e consigo bloquear toda a torcida. Só escuto a Sarah", contou a judoca, em referência a Sarah Menezes, campeã olímpica como atleta em Londres-2012 e, agora, como treinadora.
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SÉRIE PARA RELAXAR
Para relaxar, Bia gosta de assistir a séries e jogar em seu celular entre uma luta e outra. Esse rito ela adotou inclusive na Olimpíada.
"Estava vendo Grey's Anatomy, já estou na sétima temporada", contou ela, citando a famosa produção que acompanha a rotina de médicos em um hospital de Seattle, nos Estados Unidos.
Como os treinos são desgastantes e há componentes de estresse na rotina de um atleta de alto rendimento, a judoca do clube Pinheiros diz encarar os torneios, até mesmo os mais importantes, como um "parque de diversões".
"A gente sofre muito no treino, então, tento me divertir nas competições. Tento fazer desse dia o mais leve possível. Nós nos cobramos muito. Então, gosto de assistir minha série, jogar meu joguinho."
CHORO DE EMOÇÃO
Bia chorou duas vezes após ser campeã olímpica. Primeiro, desabou em lágrimas ao falar com a mãe por telefone quando era entrevistada pela TV Globo.
Na zona mista, novamente se emocionou ao falar da família, incluindo sua avó, que morreu recentemente. A paulista de Itariri começou no judô graças ao seu pai, que competiu nacionalmente.
"Minha família é minha base, são meus maiores fãs e os primeiros apoiadores de um sonho que ninguém acreditava que seria possível", falou, emocionada. "Poder dar esse orgulho pra elas me faz a pessoa mais feliz do mundo. Poder trazer alegria à minha família e honrar minha mãe, meu pai, minha avó e meu marido é a certeza que a missão foi cumprida".
A medalha conquistada por Bia Souza foi a primeira de ouro do Time Brasil em Paris. Antes, a delegação brasileira tinha conquistado três de prata e três de bronze.