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Como está a participação dos atletas capixabas nas Olimpíadas?

Na última semana dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Espírito Santo tem representantes na briga por medalha e atletas que ainda vão estrear

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: Luiza Moraes/COB

Teve favorito caindo antes da disputa de medalhas, mas também surpresas avançando e seguindo na briga por pódio. E ainda tem gente para estrear. Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 chegam à última semana com os representantes do Espírito Santo ainda podendo fazer história na capital francesa.

Foram nove atletas capixabas convocados para as Olimpíadas, além da dupla de vôlei de praia Evandro e Arthur, que mora e treina no Espírito Santo desde janeiro deste ano.

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VEJA COMO ESTÁ A PARTICIPAÇÃO DOS CAPIXABAS NAS OLIMPÍADAS

Foto: Alexandre Loureiro/COB
Ana Claudia Bolzan em ação na partida contra Angola, que selou a classificação do Brasil 

ANA CLAUDIA BOLZAN

Convocada como suplente, a capixaba de Mantenópolis assistiu do lado de fora aos primeiros três jogos da seleção brasileira de handebol: vitória sobre a Espanha (29 a 18) e derrotas para Hungria (25 a 24) e França (26 a 20). A partida da quarta rodada, porém, substituiu a ponta-esquerda Larissa Araújo, que sofreu lesão no joelho esquerdo na partida contra a França.

Ana Claudia estreou nas Olimpíadas contra a Holanda, na quarta rodada da fase de grupos. Apesar da derrota por 31 a 24, deixou a sua marca com quatro gols em seis arremessos tentados. Na rodada seguinte, foi ainda melhor e fez mais quatro gols, com 100% de aproveitamento nos arremessos na vitória por 30 a 19 sobre Angola.

A capixaba volta à quadra nesta terça-feira (6), às 16h30, em jogo eliminatório contra a Noruega, que foi líder do Grupo A, pelas quartas de final. Uma vitória coloca o Brasil na semifinal, mas a equipe europeia é uma das favoritas ao ouro.

Foto: Miriam Jeske/COB
André Stein fez, em Paris, a sua estreia em Jogos Olímpicos e acabou eliminado nas oitavas de final

ANDRÉ STEIN

O gigante André Stein, de 2,01m, chegou a Paris como a dupla número 2 do mundo, junto com o paraibano George. Com ótimos resultados nos torneios que antecederam os Jogos Olímpicos, a dupla era favorita ao pódio.

Entretanto, em momento algum André/George conseguiram "soltar" o seu jogo. Apesar da vitória na estreia sobre os marroquinos Abicha/Elgraoui por 2 sets a 0, perderam na sequência para os cubanos Díaz/Alayo por 2 a 0 e para os americanos Partain/Benesh por 2 a 1.

Ainda assim, conseguiram a classificação para as oitavas de final. Entretanto, mais uma vez não jogaram o seu melhor e perderam para os alemães Ehlers e Wickler por 2 sets a 0, dando adeus ao sonho da medalha olímpica.

Foi a primeira participação do capixaba André, de Vila Velha, em Olimpíadas.

Foto: Luiz Neto/CBG
Déborah Medrado e Sofia Madeira são duas das "Leoas" da seleção brasileira de conjunto

DÉBORAH MEDRADO E SOFIA MADEIRA

Déborah Medrado e Sofia Madeira fazem parte das "Leoas", como são chamadas as meninas da seleção brasileira ginástica rítmica.

Enquanto Déborah vai para a sua segunda edição de Jogos Olímpicos — esteve também em Tóquio-2021 —, Sofia é estreante no maior evento esportivo do mundo.

A seleção brasileira chega a Paris em alta, após excelentes resultados no ciclo olímpico, como a sexta colocação geral e o quarto lugar na apresentação com arcos no Mundial de Valência, em 2023, na Espanha.

Com o fim das disputas da ginástica artística, que consagraram Rebeca Andrade, agora é a vez da ginástica rítmica brilhar. As disputas começam na quinta-feira (8), no individual, e as capixabas estreiam na sexta-feira (9), a partir das 5 horas (de Brasília), na prova geral de conjuntos. A final será no sábado (10), às 9 horas.

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Foto: Gaspar Nobrega/COB
O ala-armador Didi em ação no jogo da seleção brasileira contra o Japão

DIDI

O ala-armador Didi vai viver um sonho nesta terça-feira (6). Com a seleção brasileira de basquete, ele vai encarar as estrelas da nova versão do "Dream Team", a seleção dos Estados Unidos.

O Brasil caiu no Grupo B das Olimpíadas e, na primeira fase, perdeu para França e Alemanha. No jogo decisivo, venceu o Japão e conseguiu se classificar como um dos dois melhores terceiros colocados.

Nas quartas de final, porém, vai enfrentar os EUA de LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant. A partida acontece nesta terça-feira, às 16 horas (de Brasília). Quem vencer estará na semifinal. Quem perder volta pra casa.

Didi jogou por seis minutos contra o Japão e contribuiu com dois pontos e um rebote. Foi a partida com maior participação do ala-armador, que jogou apenas 16 segundos na estreia contra a França e não entrou em quadra na derrota para a Alemanha, na segunda rodada.

Foto: Acervo pessoal
Mikaela Oliveira e Pedro Arthur Alves viajaram para Paris e vão se apresentar juntos

MIKAELA OLIVEIRA E PEDRO ARTHUR ALVES

O taekwondo é modalidade olímpica que vale medalha. Entretanto, dois capixabas vão se apresentar nos Jogos Olímpicos de Paris nesta semana sem disputar um lugar no pódio.

Convocados para a exibição da disputa mista por equipes, Mikaela Oliveira e Pedro Arthur Alves representam a seleção brasileira na categoria. Mesmo não valendo medalha, eles vão sentir o gostinho olímpico a partir de quinta-feira (8).

Mikaela tem 21 anos e Pedro Arthur, 22. Ambos começaram a lutar taekwondo em Serra, mas em academias diferentes. Mikaela iniciou na arte marcial no CT Fábio Marques, em Jardim Limoeiro. Pedro, por sua vez, começou em Jacaraípe, com o mestre Charles Barbosa.

Curiosamente, os dois são colegas de seleção brasileira e também treinam na mesma equipe, a Two Brothers, em São Caetano do Sul (SP).

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Foto: Wagner Carmo/CBAt

PAULO ANDRÉ CAMILO

Paulo André Camilo não teve o ciclo olímpico tranquilo. Pelo contrário. Participou de reality show, virou celebridade e influenciador digital, e voltou aos treinos e competições em meio a tudo isso.

Semifinalista nos 100m rasos nos Jogos de Tóquio-2021, P.A. não conseguiu repetir a façanha e foi eliminado em Paris ainda na primeira bateria eliminatória. Na quinta bateria eliminatória da prova mais nobre do atletismo mundial, Paulo André foi o último, com 10s46, muito acima do seu melhor tempo oficial, que é de 10s02.

Paulo André ainda pode voltar às pistas nos Jogos de Paris-2024, agora com o revezamento 4x100m rasos. As eliminatórias acontecem na quinta-feira (8), às 6h35 (de Brasília). Se o Brasil avançar à final, volta a competir na sexta-feira (9), às 14h47.

Foto: Divulgação/CBHb Praia

PATRICIA SCHEPPA

Natural de Santa Teresa, Patricia Scheppa já viveu de tudo no handebol de praia, o "beach handebol". E o ciclo ficou completo com a participação no programa olímpico em Paris como esporte de exibição.

Foram convocados os melhores jogadores do mundo, entre homens e mulheres, e Patricia estava lá. A atleta de 36 anos é quatro vezes campeã mundial e eleita duas vezes a melhor do mundo.

Em Paris, o beach handebol foi disputado em um formato no qual foram convocados os 64 melhores do mundo para uma competição de All-Stars. Patricia fez parte do Time Vela, que venceu todos os seis jogos que disputou.

"Foi emocionante! Dentro e fora de quadra. Tivemos jogos de alto nível, um verdadeiro espetáculo que demonstra muito bem o que é o handebol de praia. Além de todo espírito olímpico com a interação entre os países. Foi uma experiência fantástica!", contou Patricia.

Foto: Luiza Moraes/COB
Arthur Lanci e Evandro são a dupla masculina do Brasil com melhor campanha nos Jogos de Paris

EVANDRO E ARTHUR LANCI

"Naturalizados" capixabas desde janeiro deste ano, o carioca Evandro e o paranaense Arthur Lanci já são a dupla masculina de vôlei de praia com melhor campanha nos Jogos de Paris.

Na fase de grupos, a dupla — que mora e treina no Espírito Santo desde janeiro — venceu as três partidas que disputou, contra os austríacos Horst/Hörl, os canadenses Schachter/Dearing e os tchecos Perusic/Schweiner.

Nas oitavas de final, eliminaram os holandeses Van de Velde/Immers e avançaram mais uma fase.

Nesta terça-feira (6), Evandro e Arthur têm o maior desafio nos Jogos Olímpicos. Eles vão enfrentar os suecos Ähman/Hellvig, que formam a dupla número 1 do mundo. A partida acontece às 13 horas (de Brasília) e quem vencer estará na semifinal.