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Quem é a primeira medalhista de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris

Bia Souza deixou sua família no Brasil para competir sozinha em Paris e conquistar a medalha de ouro no judô em sua primeira edição de Jogos Olímpicos

Redação Folha Vitória
Foto: Alexandre Loureiro/COB
"Eu sou campeã olímpica", comemora Bia Souza, dona da primeira medalha de ouro do Brasil em Paris

"Eu sou campeã olímpica". Assim que deixou o tatame, Beatriz Souza, às lágrimas, mal conseguia acreditar no que acabara de realizar em Paris. Uma semana depois do início dos Jogos Olímpicos, o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro pelas mãos da estreante em uma Olimpíada.

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Quinta do ranking mundial, a brasileira de 26 anos viu favoritos da modalidade caírem ao longo dos últimos dias, como Rafaela Silva e Mayra Aguiar, antes de viver seu sonho em Paris.

Depois da prata de Willian Lima e do bronze de Larissa Pimenta, Bia Souza venceu o ouro da categoria acima de 78kg. A judoca chegou às quartas de final da modalidade após derrotar Izayana Marenco, da Nicarágua. Depois, nas semifinais, Beatriz Souza, a Bia, eliminou a francesa Romane Dicko, por ippon. Na final, derrotou a israelense Raz Hershko, segunda do ranking mundial.

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SOZINHA EM PARIS, SEM A FAMÍLIA

Bia deixou sua família no Brasil para competir sozinha em Paris.

"Deu certo, pelo visto eles não virão na próxima Olimpíada", brincou a judoca, ainda emocionada na Arena de Marte.

A conquista transforma o judô, com Bia, Sarah Menezes (Londres-2012) e Rafaela Silva (Rio-2016), na modalidade feminina individual que mais rendeu medalhas de ouro ao Brasil.

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HOMENAGEM À AVÓ

Bia perdeu recentemente a avó, de quem era próxima, e dedicou a medalha de ouro a ela.

"Deu certo, mãe, eu consegui, eu consegui, eu consegui! Foi pela vó, eu amo vocês mais que tudo, eu amo vocês", repetiu a atleta, ainda antes de subir ao pódio.

"Eu só fiz o que a gente vinha treinando todos os dias, é uma vida por um dia. A gente abdica de muitas coisas pra estar aqui. E quando a gente abre mão de tudo e é campeã olímpica, vale muito a pena. Que venham muito mais (medalhas) e vamos continuar torcendo para a galera", vibrou Bia.

CAMINHADA HISTÓRICA ATÉ O OURO

Somando os quatro combates, Bia passou ilesa, sem nenhum golpe sofrido. Caminhada histórica que, para a atleta, começou aos 13 anos, quando deixou sua casa em Itariri, no interior de São Paulo, para a capital paulista, onde permanece até então. E no pódio, dividiu espaço com as outras três judocas, que eliminou ao longo de seu último capítulo nesta jornada.

Foto: Alexandre Loureiro/COB
Bia Souza aplica golpe na israelense Raz Hershko na final da categoria acima de 78kg 

"A luta mais difícil não é nem contra minhas adversárias, mas contra mim mesmo. A gente abdica de muitas coisas para estar aqui", afirmou.

A Arena de Marte contou com a presença do presidente da França, Emannuel Macron, e premiou também o tricampeão olímpico Teddy Riner, ídolo francês que acendeu a pira olímpica em Paris. "Parabéns para ele. Merece muito. Mas hoje é meu dia", disparou Bia.

CAMPEÃ OLÍMPICA COMO ESTREANTE EM JOGOS OLÍMPICOS

Quinta do ranking mundial, Bia Souza tornou-se campeã olímpica logo em sua primeira edição dos Jogos Olímpicos.

Ela até participou da corrida pela vaga olímpica de Tóquio, mas foi superada pela antiga representante da categoria: Maria Suelen Altheman. No Japão, porém, Suelen lesionou gravemente o ligamento do joelho, teve que sair carregada do tatame e se aposentou das competições.

Tempos depois, Maria Suelen tornou-se treinadora e Bia, agora com 26 anos, ganhou como técnica sua antiga rival. No Esporte Clube Pinheiros, local onde treina em São Paulo, Bia tem a chance de aprender com quem tem experiência e conhece a fundo a categoria mais pesada do judô feminino.

PÓDIOS EM GRANDES COMPETIÇÕES

Apesar da pouca idade, Beatriz também chegou aos Jogos de 2024 com experiência de sobra. Terceira colocada nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, no Chile, ela conquistou ainda o bronze no Mundial de Doha, no mesmo ano.

Foto: Gaspar Nobrega/COB
Bia Souza foi terceira colocada nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, no Chile

O resultado foi o mesmo no Mundial de Budapeste, em 2021, e pouco melhor no de Tashkent, em 2022, quando conquistou a prata. No Pan de Lima-2019, ficou com o bronze.

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ORGULHO PARA A FAMÍLIA

Além de orgulho para o judô brasileiro, Bia pode dizer que as várias medalhas são ainda um orgulho para a família. Depois de passar por diversas modalidades na infância, a garota começou no esporte em que está até hoje inspirada por seu pai, que por muitos anos competiu nacionalmente.

Para perseguir o sonho de ser profissional, ela saiu cedo de casa, aos 13 anos, para ir de Itariri, no interior de São Paulo, para a capital paulista, onde permanece até então.

Mais de uma década mais tarde, Beatriz Souza entra para a história como a sexta mulher brasileira a subir ao pódio da modalidade.

Neste sábado (3), será realizada a competição por equipes mistas e Bia Souza poderá entrar mais uma vez no tatame, em busca de novas realizações para o Brasil.


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