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Conheça a capixaba que superou câncer e conquistou medalha paralímpica em Tóquio

Luiza Fiorese, natural de Venda Nova do Imigrante, teve câncer na perna e, com muita determinação, se reinventou na carreira esportiva

Foto: Vinícius Brandão | Jornalismo UVV

A adolescência é uma fase na vida de qualquer pessoa de transformações e aprendizado. No caso da capixaba de Venda Nova do Imigrante, Luiza Fiorese, foi um momento de enfrentar um desafio que mudaria completamente sua vida. 

Aos 15 anos, a menina que sonhava seguir carreira profissional no Handebol, foi diagnosticada com osteossarcoma, um tipo de tumor ósseo maligno, em uma das pernas.

Luiza passou por várias cirurgias e no final do processo teve que retirar o osso da perna e colocar uma prótese. O membro da jovem não dobrava mais e ela teve que abandonar a carreira no esporte que praticava desde os 10 anos e o desejo de se tornar uma atleta de elite.

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Durante seis anos ela ficou longe daquilo que mais amava fazer. Nesse meio tempo se mudou do Espírito Santo para Belo Horizonte, em Minas Gerais. Por lá fez curso de Jornalismo, porém mal sabia ela que o esporte entraria na sua vida novamente.

Quando foi diagnosticada, Luiza recebeu mensagens de apoio nas redes sociais de diversas pessoas, entre elas famosas, como foi o caso da cantora Cláudia Leitte. “Todo tipo de energia positiva é bem-vinda e quando vem de pessoas reconhecidas isso aumenta porque além da própria pessoa vem os fãs”, completou.

Luiza se tornou próxima da cantora e se considera uma “bolha”, como são conhecidos os fãs de Claudia Leitte. Essa proximidade a levou a ser convidada anos depois, já curada, para uma homenagem à cantora em um programa de TV, o que sem saber significaria uma nova etapa em sua vida.

“Uma menina do vôlei sentado estava assistindo ao programa e viu a cicatriz na minha perna. Ela conheceu minha história e entrou em contato. Eu não conhecia nada sobre o paradesporto”, explicou.

O vôlei sentado, modalidade esportiva que se parece com o voleibol, mas adaptado para atletas com deficiência, foi a válvula de escape para seguir em busca do seu sonho. Do começo no novo esporte, no início de 2019, até sua convocação para seleção da modalidade para os jogos paralímpicos de Tóquio, foram poucos meses.

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Com muito esforço e dedicação transformou o que parecia sofrimento em motivo de superação. Ela foi morar em Goiânia para ficar mais tempo dedicada ao esporte e treinar integralmente com a Seleção Brasileira.

“Eu me redescobrir dentro do esporte paralímpico, eu senti ser aquilo que queria fazer. Tudo aconteceu na minha vida para chegar naquele momento e eu viver grandes sonhos“, afirmou Luiza.

No dia 4 de setembro de 2021, a menina saída do interior do Estado conquistou a glória máxima no esporte, uma medalha paralímpica, no caso dela o bronze.

  “Disputar a paraolimpíada é o auge para qualquer atleta PCD. Uma medalha? Confesso que a ficha demorou a cair”, completou

Hoje, aos 25 anos, morando e treinando com a Seleção em Curitiba, Luiza Fiorese, prepara-se para a disputa do mundial da categoria em novembro deste ano, na Bósnia. Enquanto isso, ela se tornou madrinha de um projeto de prevenção contra o câncer de mama, o “Você é Única”.

“Você é Única”

Foto: Gabriela Vasconcelos / Folha Vitória

O evento aconteceu no Shopping Vitória, na última terça-feira (20), e reuniu mulheres na luta pela prevenção do câncer de mama, em um ensaio fotográfico. É a quinta edição do projeto, idealizado pelo cabeleireiro, Dirceu Paigel, pensando na campanha do Outubro Rosa.

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A proposta do evento, segundo Paigel, visou a interação entre as mulheres que venceram e lutam contra o câncer e formadores de opinião, elevando assim a autoestima das participantes. Nessa linha, a atleta acredita que cada mulher lida da sua forma e deve ter direito de escolher como quer ser vista.

“Eu escolhi ser exemplo e quis mostrar que não é um diagnóstico que vai dizer o que vamos ser. Isso cabe a nós. Por isso é tão importante mostrar as outras pacientes por meio desta campanha que estamos sempre juntas. Que apesar de difícil, é um momento de reencontro com nós mesmas. Que podemos ser o que quisermos”, reforçou Fiorese.

*Texto de Vinicius Brandão, aluno de Jornalismo da 1ª Residência da Rede Vitória, sob supervisão de Daniella Zanotti