A diretoria da Desportiva Ferroviária revelou um rombo de quase R$ 80 milhões em dívidas fiscais e trabalhistas e afirmou que a continuidade do clube está ameaçada. As informações foram passadas, por meio de coletiva, no camarote do estádio nesta quinta-feira (09).
Dívidas fiscais e trabalhistas ameaçam a existência da Desportiva Ferroviária, um dos mais tradicionais times de futebol do Espírito Santo. O valor é de quase R$ 80 milhões e tem origem numa parceria com o grupo empresarial, Villa-Fort Oliveira, que teve início em 1999 e durou até 2010.
Acompanhado do assessor jurídico, Láudio Klipel, o presidente da Desportiva, Wilson de Jesus, apresentou à imprensa a situação financeira e os problemas jurídicos do clube, e afirmou que o grupo empresarial ficou com 51% das ações do Clube. “Pelo acordo, um clube empresa deveria ter sido criado, mas isso nunca aconteceu. Em vez de lucros, a parceria resultou em prejuízos”, ressaltou Wilson de Jesus.
A parceria, segundo do diretor, é prejudicial ao clube e jamais deveria ter sido firmada, já que desde 73, é considerado uma entidade sem fins lucrativos.
De acordo com o presidente da Desportiva, o acordo resultou na formação do Grupo Desportiva Capixaba. Porém, a empresa hoje não possui capital e as dívidas estão sendo executadas judicialmente, e consequentemente tem recaído sobre a Desportiva Ferroviária.
Em 2011, a Desportiva Ferroviária conseguiu na Justiça a posse provisória do Estádio Engenheiro Araripe. O local serviu de treinamento para a Seleção da Austrália durante a Copa do Mundo.
Por causa das dívidas do antigo parceiro, o clube pode perder o único patrimônio, o que dificultaria manter as atividades no futebol. Segundo o assessor jurídico do clube, várias ações foram tomadas para que a desportiva não fique no prejuízo.
Enquanto esse complicado e delicado caso segue na Justiça, muita gente torce para que haja um desfecho favorável à Desportiva Ferroviária, e consequentemente, ao futebol capixaba.