Ex-BBB Paulo André fala sobre rotina dupla de influencer e atleta olímpico
Paulo André, o P.A., conta como divide o seu foco entre os compromissos como influencer e a agenda de treinos e competições de atleta em busca do índice olímpico
Entre a vida de atleta olímpico e de influencer, Paulo André Camilo, o P.A., teve um dia de espectador neste sábado (7), na segunda edição do Desafio de Velocidade na pista de atletismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. Entre pedidos de fotos e autógrafos dos fãs, ele admitiu que não tem sido fácil conciliar as carreiras de atleta profissional e celebridade fora das pistas, posto alcançado após ser vice-campeão do Big Brother Brasil 22.
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A exposição alcançada no reality show o levou a ter mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais e faturar também em outras áreas como, por exemplo, com modelo. No mês passado, o paulista radicado no Espírito Santo desfilou para a marca Hugo Boss na Semana da Moda de Milão, na Itália.
“Infelizmente, não dá para dar 100% mesmo. A gente tem que ser bem realista e não dá para dar 100% nos dois lados. Então, o esporte de atendimento é muito cruel nesse sentido. A gente tem que estar 110% ali focado no nosso dia a dia. Tem sido o meu desafio conciliar, mas tem dado tudo muito certo. A gente consegue fazer um planejamento pra gente conseguir atender os dois lados", comentou P.A, 25 anos.
Antes de entrar para o reality show, Paulo André se destacava como o homem mais rápido do Brasil e era o mais próximo de ser o primeiro brasileiro a correr os 100m abaixo dos 10s00. A ida para o programa pode ser vista como uma decisão arriscada para a carreira de atleta. Mas ele garante que a decisão valeu a pena.
“Entrar no reality é sempre um risco, mas eu acredito que deu muito certo pra mim, pra minha família, e lá dentro eu sempre citei isso, que eu iria voltar a correr. O meu maior objetivo é dar uma vida melhor para o meu filho, pra minha família e criar uma estrutura pra eu poder ter um bom desempenho dentro da pista. E, hoje, eu posso ter essa estrutura", explicou.
Exposição não incomoda
A vida de ex-BBB traz, por vezes, excesso de exposição. Mas P.A. garante que consegue lidar bem com essa situação. Mesmo que, às vezes, gostaria de ter um pouco mais de privacidade.
“Tem alguns momentos que eu não posso negar que sejam complicados, mas eu puxo sempre o lado positivo. Eu recebo mensagens, carinhos dos meus fãs e essas coisas positivas ocultam as negativas. Costumo focar e gastar a minha energia no sentido de dar atenção a eles. O lado negativo eu costumo deixar de lado. É óbvio que em alguns momentos (a exposição) é chato, mas como eu falei, o lado positivo é bem maior e a gente foca nisso no mundo da internet".
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Foco no revezamento 4x100m em Paris/2024
Paulo André tem como próximo objetivo nas pistas a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, no fim deste mês. Sua cabeça, no entanto, já está na Olimpíada de Paris/2024. Para isso, ele precisa fazer o índice para os 100m rasos, a sua principal prova. Isso significa correr abaixo de 10s00.
“O meu maior foco são as Olimpíadas. Estou totalmente focado neste ciclo. Quero fazer o índice nos 100m para chegar lá com um índice bem confiante. Este ano, a última competição é o Pan-Americano, mas já estou bastante focado no ano que vem. O Pan vai ser uma ótima oportunidade para a gente saber onde a gente está", cravou.
Para ele, o foco do Brasil em Paris/2024 tem que ser na prova do revezamento 4x100m, a mesma na qual ele foi campeão no Mundial de Revezamentos de 2019 e para a qual foi convocado para o Pan de Santiago: “Acho que a nossa realidade hoje é o revezamento. Então, ter vários atletas com índice, ter vários atletas com boas marcas é muito importante. É uma briga entre a gente, no bom sentido. Uma rivalidade saudável na qual um vai puxando o outro para a gente fazer grandes marcas e, no final de tudo, acaba sendo muito bom para nosso revezamento".
Correr abaixo dos 10s00
Antes de entrar no BBB, P.A. estava muito próximo de ser o primeiro brasileiro a correr os 100m rasos abaixo dos 10s00. Ele chegou a fazer 9s90 no Troféu Brasil em Bragança Paulista (SP), em 2019, mas a marca não foi homologada por causa da velocidade do vento.
Hoje, sua melhor marca é de 10s02. E ele viu Erik Cardoso (9s97) e Felipe Bardi (9s96) baixarem os 10s00. Nada que tire o ex-BBB do sério.
“Acho que era só uma questão de tempo para baterem a marca. Em 2019, eu tive um ano excelente também em questão de resultado, fiz 10s02 umas duas, três vezes, diz 10s04, corri o 9s90 ali no Troféu Brasil”, lembrou Paulo André, que acredita que a participação no reality não tenha sido a “culpada” por ele deixar de ser o mais rápido do País na atualidade:
“Acho que não só a minha pausa, mas a pandemia também atrapalhou muito a gente. Quando entrou a pandemia, foi muito complicado treinar e dar continuidade ao nosso treinamento. Mas eu tô bem perto, corri 10s02. Fiz apenas três, quatro competições neste ano, então, isso é bem relevante. A gente precisa competir pra pegar um ritmo e eu tô bem confiante. E, querendo ou não, um puxando o outro vai ser muito bom para o nosso revezamento também", afirmou.
O que o velocista garante é: o seu melhor ainda está por vir.
"Minha melhor fase é sempre amanhã, dando o meu melhor nos meus treinamentos do dia a dia. Sempre procuro diariamente melhorar meu desempenho. O Pan-Americano é uma grande competição e também está no nosso foco. Mas claro que o principal objetivo é me classificar para os Jogos Olímpicos e estar em Paris no ano que vem".
