Polêmica

Mano revela à diretoria do Fluminense a frase provocativa de Marcelo

Técnico disse à diretoria porque não colocou o lateral contra o Grêmio. Jogador se sentiu desrespeitado por ter de entrar só aos 45 minutos do segundo tempo

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense

*Cosme Rímoli

Mano Menezes reverteu as expectativas e venceu o duelo com Marcelo. Há vários motivos.

O principal foi a desistência do próprio jogador em seguir no Fluminense. Aos 36 anos, ele não tinha mais a menor proximidade com o treinador.

O clima já era muito ruim, como acabou sendo revelado, por pessoas ligadas à direção, para a imprensa carioca. Com o objetivo de preservar Mano, nesta reta final do Brasileiro, com o clube ameaçado de rebaixamento.

Depois da cena lastimável de sexta-feira (1) à noite, quando o técnico chamou o lateral para entrar na partida contra o Grêmio, no Maracanã, aos 45 minutos do segundo tempo, e depois, o empurrou, mudando de ideia, chamando John Kennedy para participar do jogo, o presidente Mario Bittencourt quis saber o que realmente aconteceu.

Mano já havia adiantado, na coletiva, que algo grave aconteceu. “Ouvi uma coisa que não gostei e mudei de ideia”, disse, secamente, o técnico.

Mas a frase de Marcelo chegou aos ouvidos do presidente do Fluminense. Mano acabou revelando.

“Tá encostando em mim para fazer média com a torcida”, disse Marcelo a Mano.

Muitos torcedores no Maracanã cobravam a presença do lateral em campo.

A postura radical do técnico, que prejudicou o próprio Fluminense, já que Marcelo entraria para proteger a defesa e segurar a bola, seria muito útil. Sem ele, com o time aberto, com a entrada de mais um atacante, o Grêmio teve espaço para atacar e empatar a partida em 2 a 2, aos 49 minutos.

A partir daí, tudo foi muito rápido neste sábado. Depois da justificativa de Mano, Marcelo se encontrou com a direção do clube.

E foi direto. Pediu a rescisão do seu contrato. O compromisso terminaria apenas no final de dezembro.

Milionário, com a carreira vitoriosa que teve na Europa, jogou 15 anos no Real Madrid. E um no Olympiakos, na Grécia. Seu salário não era nem o mais alto do grupo, recebia R$ 600 mil.

Aos 36 anos, o jogador já estava pré-disposto à aposentadoria. Sem a menor vontade de se reaproximar de Mano, ele foi claro. Não queria atrapalhar o ambiente no Fluminense, faltando seis partidas para acabar o Brasileiro.

E para a direção estava claro que o técnico não o queria no grupo e nem o escalaria. Para não ficar deixado à parte, Marcelo pediu a rescisão.

Foi atendido.

Foto: divulgação/Fluminense

Logo em seguida foi vazado para a imprensa por pessoas ligadas ao Fluminense detalhes que mostrariam o lado sombrio do lateral.

Como não fazer questão de conversar com todos os jogadores, dando mais atenção aos líderes do grupo.

Não ter proximidade com os funcionários do clube. Ficar absolutamente irritado por se transformar em reserva.

Seu grande parceiro, Thiago Silva, não se envolveu no episódio. Ele sabia que Marcelo estava extremamente descontente com Mano.

E a rescisão aconteceu no domingo. Sem o pagamento de multa.

O jogador midiático só não queria voltar a encontrar o treinador do clube. Desde que voltou ao Brasil, ao Fluminense, ele fez 68 partidas. Marcou cinco gols e deu três assistências.

Não foi o jogador e líder que a torcida e a imprensa esperavam. Mostrou muitos problemas físicos, falta de vigor, velocidade. Caminhava para o final de carreira.

Mas não da maneira constrangedora que aconteceu. Com uma briga pública desmoralizante.