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OPINIÃO | Filipe Luís já é uma realidade no futebol brasileiro

Ex-lateral do Flamengo, técnico Filipe Luís já diz que a veio e pode ser campeão da Copa do Brasil com menos de 10 partidas como técnico profissional

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
Foto: PAULA REIS/FLAMENGO

São somente sete jogos. Mas como no Flamengo tudo é superlativo, o início de carreira de Filipe Luís como treinador chama a atenção e já coloca o treinador como realidade no futebol brasileiro.

Em tempo de falta de boas referências de treinadores brasileiros, com uma antiga geração ultrapassada e poucos novos (e bons) nomes surgindo, Filipe Luís é uma nova esperança na profissão.

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CHANCE DE TÍTULO EM MENOS DE 10 JOGOS

O ex-lateral tem a chance de conquistar o seu primeiro título como técnico profissional em menos de 10 jogos na profissão. Estreou no dia 2 de outubro, no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, com vitória sobre o Corinthians por 1 a 0.

Comandou o Flamengo, até agora, em sete jogos, com quatro vitórias, dois empates e apenas uma derrota. E pode ser campeão da Copa do Brasil no domingo (10), no jogo de volta contra o Atlético-MG, em que o time rubro-negro pode perder por um gol de diferença. Um início intenso! Antes, tem o jogo contra o Cruzeiro, quarta-feira (6), pelo Brasileirão. Mas o foco está 100% na final de domingo.

JOGOS DO FLA COM FILIPE LUÍS

> Flamengo 1 x 0 Corinthians (Copa do Brasil)
> Flamengo 2 x 0 Bahia (Brasileirão)
> Flamengo 0 x 2 Fluminense (Brasileirão)
> Flamengo 0 x 0 Corinthians (Copa do Brasil)
> Flamengo 4 x 2 Juventude (Brasileirão)
> Flamengo 1 x 1 Inter (Brasileirão)
> Flamengo 3 x 1 Atlético-MG (Copa do Brasil)
> Total: 7 jogos
> Vitórias: 4
> Empates: 2
> Derrota: 1
> Aproveitamento: 66,7%
Gols marcados: 11

Gols sofridos: 6

O QUE FAZ DE FILIPE LUÍS UM BOM TREINADOR?

Com boas entrevistas pós-jogo, Filipe Luís mostra o seu entendimento de futebol e deixa claro que gosta que seu time jogue um bom futebol. Isso significa saber pressionar e sufocar o adversário, mas também entender quando é preciso recuar para mudar o ritmo da partida.

Foto: PAULA REIS/FLAMENGO

A referência o trabalho de Jorge Jesus em 2019 é nítida. Porém, o Flamengo de Filipe Luís é diferente daquele que encantou o Brasil e enfileirou títulos sob o comando do treinador português.

O novo técnico rubro-negro já atuou com um centroavante fixo, já jogou com três atacantes, já repetiu a improvisão de Léo Ortiz como volante — situação que gerou críticas ao trabalho de Tite, o ex-treinador —, já deu a bola para o adversário jogar... enfim, é um time que se adapta ao que o jogo pede.

Vai ganhar, vai perder, vai dar show, vai errar. É do jogo. Mas a primeira sensação que passa é a de que o futebol brasileiro acaba de ganhar um treinador corajoso e "fora da caixinha".

FICOU RUIM PARA TITE

No campo das obviedades, o primeiro grande acerto de Filipe Luís foi apostar na recuperação de Gabigol.

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Um dos maiores ídolos da história do clube e artilheiro em decisões, o atacante estava em baixa já há algum tempo. E se Tite não demonstrou muita boa vontade para recuperá-lo, Filipe Luís fez o caminho contrário. Resultado: gols decisivos de volta e o Flamengo com a mão no troféu.

Poderia dar errado? É claro que sim. Mas parece bastante óbvio que, sem Pedro, o centroavante do Fla tem que ser Gabigol. Ou você iria de Carlinhos ou Plata?

JÁ O GABRIEL MILITO...

Eu já escrevi aqui outras vezes e vou repetir: o Atlético-MG tem um timaço. Que pode — e deveria — jogar muito mais do que joga e muito disse se deve ao estilo de trabalho do técnico Gabriel Milito.

Foto: Pedro Souza / Atlético

Tá bom, eu sei que o Galo tá na final da Copa do Brasil e na final da Libertadores jogando o que joga. Mas acho que até o atleticano mais fanático vai concordar que o time poderia jogar mais futebol, envolvendo os adversários e não apelando para tantos cruzamentos na área rival.

No jogo de volta, não duvido que Milito comece o jogo com Alan Kardec como titular. Afinal, o técnico "achou" o seu time na Libertadores quando botou Deyverson na equipe. Como o "Menino Maluquinho" não pode jogar a Copa do Brasil — pois já defendeu o Cuiabá na competição —, a escolha mais óbvia é entrar com Alan Kardec na posição, soltando Hulk e Paulinho.

A missão do Galo é complicada. Mas o Atlético-MG é um timaço e pode sim fazer história no domingo diante da sua torcida.