Ingressos roubados e fama na TV argentina: pai e filho vivem saga para ver o Botafogo campeão
Henrique Dettmann e seu pai, Reginaldo, saíram do Espírito Santo e tiveram celular e ingressos furtados na Argentina, mas nem isso estragou a festado título inédito do Botafogo
O plano estava pronto e revisado: chegar a Buenos Aires, já com os ingressos, e assistir de dentro do estádio Monumental de Núñez ao Botafogo decidir a Libertadores contra o Atlético-MG. A execução que não saiu como o esperado.
Henrique Dettmann, 27 anos, e seu pai, Reginaldo Dettman, 60, foram alguns dos muitos torcedores do Botafogo que saíram do Espírito Santo para ver de perto o time ser campeão da Libertadores no último sábado (30). Mas a saga até a comemoração pelo título histórico não foi tão simples assim.
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CELULAR E INGRESSOS ROUBADOS
Moradores do bairro Mata da Serra, em Serra, Henrique e Reginaldo saíram do Estado com tudo certo para a final da Libertadores. Ingressos comprados e a expectativa para ver um jogo histórico do time do coração.
Porém, em Buenos Aires, já no caminho para o estádio Monumental de Núñez, Reginaldo teve o celular furtado dentro do metrô. Um problema ainda maior, já que os ingressos estavam cadastrados em um aplicativo instalado no aparelho que foi levado pelos ladrões.
Sem conseguir acessar os bilhetes por outro aparelho, pai e filho ainda tentaram explicar a situação para os funcionários do estádio, na esperança de conseguirem entrar no palco da final.
"Fomos com os ingressos comprados, ambos cadastrados no celular do meu pai, mas no metrô, já prontos e animados em direção ao Monumental de Núñez, meu pai foi furtado enquanto entrava no vagão, furtaram o celular dele. Tentei resgatar os ingressos acessando a conta dele no meu celular, mas o aplicativo permite apenas um acesso por celular. Então, tentamos durante uma hora acessar o estádio, contamos nossa história para os funcionários e fomos passando de divisão em divisão até chegarmos na escada do Monumental para subir, mas lá não nos permitiram entrar. Ficamos arrasados e meu pai super entristecido com o ocorrido", conta Henrique.
ALTERNATIVA MAIS PERTO
Sem ter o que fazer, os dois procuraram uma alternativa mais perto para assistirem ao jogo. A solução foi entrar num restaurante próximo ao estádio. Detalhe, pai e filho eram praticamente os únicos botafoguenses no local.
"Tinha apenas duas mulheres botafoguenses por ali também, mas uma que optou por não entrar, pois estava com bebê, e outra que não a permitiram entrar. Um outro que achou que tivesse comprado ingresso e não comprou, e de resto, argentinos torcendo para o Botafogo também. Havia também mulheres torcendo para o Atlético-MG, com quem eu disputava os cantos no bar (risos)", lembra Henrique.
FINAL FELIZ COM O TÍTULO HISTÓRICO
No fim, a saga teve um final feliz com o Botafogo campeão pela primeira vez da Libertadores e pai e filho aparecendo tá num programa da TV argentina.
"Tentei reanimar meu pai e então procurei com ele um local para irmos assistir ao jogo. Não foi como o esperado, foi frustrante, mas ainda sim estamos felizes pois pudemos assistir o segundo tempo e agora somos campeões! Não foi como o esperado, mas pelo menos somos os campeões da América!", comemora Henrique, que agora tem uma história pra contar para o resto da vida:
"Após o ocorrido foi difícil, meu pai estava com um forte sentimento de culpa por ter sido furtado, pensava que podia ter sido mais atento, e era nosso sonho de pai e filho podermos assistir ao nosso time ser campeão juntos. Mas tentei reanima-lo para que aproveitássemos o que pudéssemos. E então, quando fomos para o bar e sentamos para ver o jogo, os problemas desapareceram e passamos a vivenciar aquele momento. O jogo foi magnífico e ver nosso time ser campeão, mesmo que no bar, foi uma das experiências mais inesquecíveis que iremos dividir como pai e filho. Foi magnífico".