Jogadora de time capixaba é eleita a melhor do Brasil no basquete em cadeira de rodas
A paulista Paola Klokler, craque do Irefes/Sesport, venceu premiação do Prêmio Paralímpicos, realizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
A melhor jogadora de basquete em cadeira de rodas do Brasil é de um time capixaba. E não é qualquer time, é também do melhor time brasileiro na modalidade, o Irefes/Sesport.
Em cerimônia realizada na noite de quinta-feira (12) no Tokio Marine Hall, em São Paulo (SP), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) elegeu os melhores paratletas das modalidades. E a paulista Paola Klokler, 33 anos, venceu na categoria melhor jogadora de basquete em cadeira rodas pelo segundo ano consecutivo.
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DESTAQUE NO BRASILEIRO DE BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS
Paola foi um dos destaques do Irefes/Sesport na campanha do título brasileiro deste ano. Ela foi a maior pontuadora da competição, com 95 pontos.
Na final, o Irefes venceu o All Star Rodas Pará (PA) por 51 a 39 e a craque teve 18 pontos, 14 rebotes e 5 assistências, sendo escolhida a MVP da Final (melhor jogadora) e a MVP da competição. O Campeonato Brasileiro foi disputado em setembro deste ano, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP).
Em 2023, Paola foi medalhista de bronze com a seleção brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. O resultado, porém, não foi suficiente para classificar o Brasil para os Jogos Paralímpicos de Paris-2024.
"É UM SONHO REALIZADO"
Paola não esteve presente à cerimônia de entrega do Prêmio Paralímpico em São Paulo porque ela está na Itália. Mas não de férias. A craque disputa também a temporada europeia pelo SBS Bergamo, equipe que joga o Campeonato Italiano e a Eurocopa de basquete em cadeira de rodas.
De lá, ela conversou com a reportagem do Folha Vitória e mostrou-se emocionada com a premiação.
"Este ano foi um ano de muitas vitórias! Eu recebi este prêmio também no ano passado, quando eu também vim jogar na Itália. Mas quando eu retornei ao Brasil , eu estava com uma lesão nos dois ombros, pelo excesso de treinamentos e jogos, e tive que me cuidar. Foi muito complicado, mentalmente, saber até que ponto eu conseguiria ir este ano. E depois de muito trabalho, eu consegui retornar aos treinos e aos jogos normalmente e conseguimos a vitória linda no Brasileiro. Tive a oportunidade de ser um dos destaques da equipe e, pra mim, foi mais do que importante!, contou Paola.
A melhor jogadora do Brasil lembra que, quando mais jovem, tinha uma lista de desejos pra alcançar como atleta. E comemora que, hoje, a lista está praticamente completa.
"Receber este prêmio foi a concretização real de tudo que eu passei este ano! Fui campeã brasileira pela equipe, tive a oportunidade de ser MVP da competição pela primeira vez, fui capitã da seleção brasileira pela primeira vez. Então, foi um ano de muitas conquistas pessoais. A garotinha Paola, que sonhava com muitas coisas que aconteceram este ano, deu vários 'checks' na lista dos desejos (rsisos). Foi um dos anos mais importantes da minha carreira".
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E completou, lembrando que o sucesso nas quadras vem do esforço diário nos treinos e na rotina de atleta de alto rendimento.
"Ser escolhida como a atleta mais importante do Brasil ou a melhor atleta do Brasil, entre homens e mulheres, não é só um sonho. É concretização e á o que mostr que o trabalho tá realmente sendo bem feito, que o suor deixado no treino tá sendo válido, que o tanto que eu treino está dando resultado. Esse prêmio mostra realmente que tá valendo a pena! É um sonho pra qualquer atleta receber este prêmio"
INÍCIO NO BASQUETE AOS 12 ANOS
Natural de São Paulo, Paola Klokler nasceu com má-formação congênita da perna esquerda. Ela conheceu o basquete em cadeira de rodas aos 12 anos de idade.
Entre os principais títulos na carreira, estão a medalha de bronze nos Parapans de Santiago-2023, Lima-2019, Toronto-2015 e Guadalajara-2011.
PAIXÃO PELO ESPÍRITO SANTO
Paola chegou ao Espírito Santo em 2018 e passou a jogar pelo Irefes em 2019. A adaptação foi rápida e, hoje, ela é grata e apaixonada pelo Estado.
"Eu amo o Espírito Santo. Adotei realmente a cidade para a minha vida e me sinto muito valorizada como atleta! Inclusive, este foi meu primeiro ano como bolsista do Bolsa Atleta. E esse recurso foi muito importante pra eu conseguir me manter em treinamento e melhorar da lesão a tempo de competir", conta Paola, que mora em Serra e é contemplada pelo programa Bolsa Atleta, da Sesport.