Maior medalhista olímpica e mundial da história do judô brasileiro, a gaúcha Mayra Aguiar se aposentará das competições da modalidade. O anúncio veio por meio das redes sociais da atleta.
A judoca de 33 anos já havia dado indícios de que deixaria o esporte de alto rendimento após sofrer uma derrota em sua luta de estreia nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
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CARREIRA RECHEADA DE RECORDES
Dona de três bronzes olímpicos, Mayra é a segunda mulher brasileira com mais medalhas em uma modalidade individual em Jogos Olímpicos, atrás somente da ginasta Rebeca Andrade, que tem cinco medalhistas individuais e uma coletiva.
É da judoca gaúcha também o recorde de títulos mundiais no judô do País: é a única, entre homens e mulheres, a ser campeã três vezes.
PRIMEIRA OLIMPÍADA COM 17 ANOS DE IDADE
Participante de Jogos Olímpicos desde Pequim-2008, quando tinha somente 17 anos de idade, Mayra lutou em todas as edições do torneio até Paris-2024.
Derrotada em seu primeiro confronto na capital francesa, a judoca colocou em xeque sua presença em um próximo ciclo olímpico. Na ocasião, ela contou que seu corpo havia chegado ao limite. É a mesma justificativa que usou nesta quinta-feira (26) para divulgar sua aposentadoria.
“Venho aqui informar que estou encerrando oficialmente minha carreira esportiva em alto rendimento. Fui até onde meu corpo permitiu e, mesmo quando ele não permitia mais, forcei ainda mais alguns anos, porque sou teimosa”, escreveu a multimedalhista.
HISTÓRICO DE CIRURGIAS
Mayra passou por um longo histórico de cirurgias durante sua carreira. No total, foram oito operações, conforme contou em agosto, para corrigir lesões adquiridas no esporte. Uma das mais graves aconteceu meses antes dos Jogos de Tóquio-2021, quando lesionou o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
Ainda assim, recuperou-se a tempo de conquistar outro bronze e se tornar, à época, a atleta feminina com mais medalhas olímpicas no Brasil.
Em 2024, para chegar em Paris bem fisicamente, optou por evitar torneios durante o ano. Com isso, caiu no ranking mundial e foi obrigada a enfrentar a melhor colocada no seu primeiro combate. Logo antes da pausa, porém, tornou-se a primeira brasileira a vencer o Grand Slam de Tóquio, um dos campeonatos mais tradicionais do judô, provando sua dominância na modalidade.
“O judô moldou minha vida, meus valores, minhas amizades e minha visão de mundo. Serei eternamente grata por tudo o que vivi dentro e fora dos tatames”, disse Mayra, ainda no anúncio da sua despedida.
Mayra Aguiar não informou se continuará no esporte como treinadora como já fizeram outras medalhistas aposentadas, como Sarah Menezes.
“Vivi muito intensamente o judô desde os meus 14 anos, quando entrei pela primeira vez na seleção brasileira principal. Com apenas 16, disputei meus primeiros Jogos Pan-Americanos e, aos 17, minha primeira Olimpíada. Foi pesado. São quase 20 anos no esporte de alto rendimento, suportando viagens, lesões e uma rotina de treinos muito intensa. Agora, vou descansar um pouco e pensar no futuro”, afirmou a judoca.